Victoria, Virginia, fotografias e butterflies

 

Victoria Ocampo libro Victoria y sus amigos

O livro Victoria y sus amigos, escrito por Flaminia Ocampo, analisa o relacionamento de Victoria Ocampo com seis pessoas: Virginia Woolf, Gabriela Mistral, Waldo Frank, Maria Rosa Oliver, Pierre DrieuLa Rochelle e José Ortega Y Gasset.

O trabalho tem como base as correspondências trocadas entre eles. Muitas dessas cartas estão na revista SUR 347. O capítulo mais interessante do livro é sobre Virginia Woolf, claro.

Flamínia sugere uma relação bem desigual entre as duas, e tanto uma amizade quanto um encontro intelectual criados muito mais na imaginação de Victoria do que real, de fato. Muito embora elas tenham se visto várias vezes, em Londres, e haja duas citações sobre a escritora argentina no diário de V. Wolf.

virginia wolf vitoria ocampo

A história desta famosa foto

Duas histórias intrigantes:

Como muitos europeus de então, Virginia Woolf carecia dos mais elementares conhecimentos de geografia acerca do resto do mundo e achava que a América do Sul era um lugar minado de borboletas o tempo todo.

Isso foi mencionado em várias das cartas que ela escreveu para Victoria: “you are about to voyage to the land of great butterflies…”, disse uma vez, ou então “tell me about the butterflies”, mencionou em outra. “I’m still imagining vast yellow butterflies and your room and flowers”, aparece em uma terceira ocasião.

Tanta obsessão fez com que Victoria um dia enviasse uma caixa de borboletas para Virginia. A escritora pendurou a caixa na parede da escada, ao lado da foto de seu bisavô.

Essa caixinha foi um dos poucos objetos que ficaram intactos na casa dos Woolf após o local ter sido bombardeado na Segunda Guerra Mundial.

Outro fato:  graças ao comportamento nada britânico de Victoria, o mundo tem hoje uma das fotos mais famosas de V. Woolf (acima), feita pela fotógrafa Gisèle Freund .

Corria o ano de 1939 e Gisèle, com então 26 anos, fazia retratos de escritores famosos, mas Virgínia já havia recusado seu convite de posar por diversas vezes.

Foi então que, a caminho da casa de Virgínia Woolf, em um taxi, Victoria cruzou com Gisèle e resolveu levá-la junto, para fazer a escritora mudar de idéia e aceitar ser fotografada. Foi uma imensa saia justa, como diríamos hoje, e a escritora inglesa se sentiu traída, ofendida, encurralada.

Mas fez as fotos.

Quem não sabe os bastidores desse retrato diz que Gisèle captou aí o quanto Virgínia já estava a beira do suicídio, que iria ocorrer em 1941. As duas – Virginia e Victoria – nunca mais voltaram a se encontrar.

Já a fotógrafa se refugiou em Villa Ocampo durante a Segunda Guerra.

1 Comment

  • martha disse:

    OH! QUÉ ENCANTADORA LA IDEA DE QUE LA ARGENTINA ESTABA
    LLENA DE BORBOLETAS!!!!! ADEMÁS LA PALABRA TANTO EN PORTUGUÉS COMO EN CASTELLANO(MARIPOSAS) ES MUY LINDA,NO?

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