Não fiquei sabendo a tempo desse seminário no Malba(começou ontem, termina hoje), mas achei a idéia demais.
Chama-seLeedurías e se propõe a acercar o público a uma forma diferente de ler, sem a necessidade de um livro como suporte.
Como?
Por meio da interpretação de informações que normalmente nos resultam estranhas porque não conseguimos decifrá-las.
Exemplos: leitura das mãos, do tempo, de uma partitura, dos ciclos da Lua, das pegadas de um animal na terra, do gelo, do tronco de uma árvore, das nuvens. E mais. Manuscritos, cidades, cartas.
O encontro reúne filólogos, médicos, arquitetos, historiadores, videopoetas e até especialistas em tarot, entre outros, que foram convocados para acercar o público de seus objetos de leitura prediletos.
Ernesto Lupo, por exemplo, é médico pediatra e leu sua radiografia favorita. Por meio dela, contou a história de um bebê. Um especialista em sumério leu o poema de Gilgamesh, um entendido em árabe, o Corão. A brasileira Fabiana Daversa veio a Buenos Aires explicar sua grande paixão: a leitura de cartas rúnicas, antigo oráculo Viking.
Adoro encontros assim, com gente que se propõe a sair de casa para descobrir algo totalmente novo. A idéia de ser absolutamente ignorante em um assunto também me fascina.