O dê-me dois do ‘superreal’

Os brasileiros invadiram Buenos Aires neste feriado. Para vocês terem uma idéia, até de madrugada tinha fila para tirar foto com a estátua da Mafalda em San Telmo

Mas as filas maiores mesmo eram nas lojas dos outlets, como na da Lacoste, o xodó dos brasileiros e onde agora impera o “dê-me dois”. O verbo é comprar.

Os jornais daqui estão impressionados com o poder do ‘superreal’ e vira e mexe fazem matérias sobre este tema.

Acho bacana fazer uma comprinha, mas muitos brasileiros estão exagerando na dose e substituindo passeios culturais por tardes nos shoppings.

Cada um viaja como gosta, mas que eu acho estranho eu acho.

Este é o tema de hoje do Cartas de Buenos Aires, no Noblat.

Texto completo AQUI.

13 Comments

  • TRocha disse:

    Concordo com voce quando diz, que o melhor de Buenos Aires é quase de graça pois, a delicia de comer medialunas, tomar um cortado ler o La Nacion sem pressa…nao tem preço. Buenos Aires nao é para shopping. Só se for para observar a beleza das Galerias Pacífico e mesmo assim sentado numa cafeteria.

    • Gisele Teixeira disse:

      O Cortazar conta no livro Cartas a los Jonquieres que tinha em casa um caleidoscópio que servia, entre outras coisas, de “pruebacronopios”.

      Era assim. Quando uma pessoa chegava na casa dele, recebia o caleidoscópio. Se a visita enlouquecia, saltava pelos ares, ficava feliz, era declarada cronópio. Se condescendia com um sorriso de boa educação, a mandava mentalmente “al corno”.

      Aqui em Buenos Aires o meu caleidoscópio é a livraria Ateneo Splendid. Quem passa menos de meia hora por lá, normalmente gasta uma tarde nos outlets. É tiro e queda.

  • Aqui, nos cafundós da Patagônia, o mais difícil é fazer os nativos entenderem que quem vem para Bariloche do Brasil hoje em dia é classe média, de média para baixo.

    “Ah, no son millonarios?” Trudia, chegou um grupo de dezoito brasileiros – certo, não eram classe média nem nada parecido, mas tampouco eram milionários: o grupo era capitaneado pelo dono de uma fundição de alumínio de porte médio (150 empregados) de uma cidade da periferia de São Paulo. Fecharam por dez dias o El Casco, um dos três hotéis mais caros da cidade e que tem dez quartos a mais que o número de hóspedes do grupo. Até os caixas de supermercado já estão fazendo cursos de português, e tem farinha de mandioca em três lojas diferentes da cidade.

    A Fernanda e eu entramos em qualquer boteco e, mesmo que não nos conheçam, bastam ouvir falar português, e paf!, tiram aquela seleção fantástica de rock dos anos 60 que nos tinha atraído pra dentro do bar e tascam Caetano e Djavan.

    Segundo a rádio Remise, pela boca dos choferes, este foi o melhor de todos os invernos da história da região: até as lojas de El Bolsón, 130 km ao sul daqui, e as de Villa La Angostura e San Martin de los Andes, a 90 e a 160 km para o norte, ficaram repletas de brasileiros, comprando, comprando, comprando.

    ===
    Falando em brasileiros na Patagônia, quando é que vocês vêm visitar?

    • Gisele Teixeira disse:

      Tomás, essa viagem está no topo das próximas viagens, mas há uma divergencia aqui em casa. Eu quero ir no inverno e o Edu no verao. Mas desse ano que vem nao passa!

      • Se você quer vir no inverno pra ver a neve e o Edu quer vir no verão pra ver as flores (uau!), a época certa é *agora*: as montanhas ainda estão todas nevadas (a temporada oficial de esqui acabou ontem) e as ameixeiras, macieiras, cerejeiras, pessegueiros, retamas, lupinos e amancays estão começando a ficar floridos. De agora até janeiro é a época mais bonita de Bariloche.

  • Novaes disse:

    Taí a diferença entre um viajante e um turista. Os turistas vêm em hordas e só pensam em comprar. Bom para os argentinos. Péssimo para os viajantes que detestam multidão consumista.

  • Paulo disse:

    Passamos por isso aqui na época do peso=dolar. A brasileirada é pior, pois “los hermanos”, ao menos os portenhos, são mais bem educados do que nós. Quando alguém me pede uma dica de Buenos Aires eu sempre falo: leve um tênis confortável e caminhe bastante. Eu já vi brasileiro de havaianas em junho na Florida.E já ouvi que na Argentina não tem “vinho suave, só rascante”. Para quem gosta de viajar, isso é um horror.. e tome Siga La vaca.

  • arqbaro@gmail.com disse:

    Oi Tomás

    Estivemos em Mendoza este outono e era assim: a gloria das neves nas montanhas e os passeios no solzinho morno, de bike, tudo ao mesmo tempo e pelo mesmo preço. Uma delicia. Boa idea misturar neve e sol e verde. Vamos programar uma visita. Estou no Rio de Janeiro trabalhando, outra delicia!

    • Trabalhando no Rio! Ultimamente tenho tido uma vontade quase nostálgica de passar uns dias por aí. Vou precisar fazer alguma coisa a respeito…

      A casa aqui está à disposição. Venham quando quiserem, o nosso esporte favorito é receber visitas.

  • martha disse:

    comprar,comprar,comprar….ya pasó con los argentinos en la época del deme dos. iban a hacer unos viajes a Miami para comprar Absurdo! Es lindo ir a un lugar a tomar un café, leer o quedarse pensando en las musarañas.Y tomar un café en una librería que además tiene galería de pintura.Conozco
    algunos lugares lindísimos de la Patagonia,
    pero sueño con ir en el trencito del Fin del MUNDO, entre montañas,nieve,bosques viajando
    en un trencito antiguo, arrastrado por una locomotora hechando humo.Uuuuuuu!!Qué lindo!

  • Bruno Burlamaqui disse:

    Quando terminar meu curso de espanhol, farei uma viagem pelos países separados pelo Rio da Prata e, felizmente, há o importante detalhe da boa valorização do real sobre as moedas locais, nas belas Argentina e Uruguai.

    Logicamente, um atrativo a mais para os turistas verde-amarelos. 🙂

  • Estimada Gisele Teixeira,

    Por favor, gostaria que você me indicasse um hostel próximo à Universidade de Buenos Aires. Estou indo fazer Doutorado na UBA e como todo professor, de parcos reais. Agradecimentos, JOÃO CARLOS

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *