Sem patrão, agora no Brasil

Depois da crise de 2001, muitos empregados argentinos tomaram as rédeas de fabricas falidas, as recuperaram e viraram seus próprios patrões – uma alternativa ao desemprego que tirou do buraco 162 firmas quebradas e deu trabalho a mais de 20 mil pessoas.

A história desse movimento virou um livro, chamado “Sin patrón- Fábricas y Empresas Recuperadas por sus trabajadores”, escrito por quatro jornalistas (Claudia Acuña, Judith Gociol, Diego Rosemberg e Sergio Ciancaglini) que, durante mais de dois anos, acompanharam esse processo.

A obra, que inclui 10 cases, foi traduzida para o português e será lançada sexta-feira, dia 17 de junho, na Livraria da Vila, em São Paulo.

É uma guia completa de como os trabalhadores conseguiram deixar essas empresas novamente produtivas, quais os modos de organização que adotaram e como foi a tomada de decisões.

Os cases citam as experiências mais emblemáticas, como Zanon, Crometal, Chilavert, Sime, Conforti, Comercio y Justicia, Unión y Fuerza, Renacer-Aurora e Clínica Immecc.

Mas o mais conhecido na Argentina foi o da Brukman, já que os empregados, majoritariamente mulheres, tomaram a planta para evitar seu fechamento e, logo de serem desalojados violentamente pela policia, acamparam durante vários meses em uma praça nos arredores, até que conseguiram voltar ao trabalho.

No livro, os jornalistas canadenses Naomi Klein e Avi Lewis, realizadores do documentário “La toma”, sobre o mesmo tema, dizem que as fábricas recuperadas argentinas “urbanizaram” a proposta dos Sem-Terra brasileiros.

Na Argentina a obra foi publicada pela editora Lavaca. 

A edição brasileira está a cargo da Fundação Astrojildo Pereira, por meio da editora Contraponto, e tem tradução de Luiz Sergio Henríquez.

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