Vergonha do Brasil

Esta semana li uma nota no Brasil sobre uma pesquisa publicada aqui em Buenos Aires, no jornal “Perfil”. Dizia que 39% dos entrevistados tinham vergonha da Argentina, 38% tristeza e 31% medo.

Lá no pé do texto, uma coisa importante: a pesquisa também buscou saber quais são os principais orgulhos dos argentinos: 58% apontaram a igualdade de gênero (no ano passado o Congresso nacional aprovocou o casamento entre pessoas do mesmo sexo), 55% o desenvolvimento cultural e 51% a liberdade de expressão.

Quando eu vejo coisas como esse homem que perdeu a orelha por ser confundido com um gay, no Brasil, eu não sinto vergonha da Argentina.

Eu sinto vergonha do Brasil.

Para quem nao sabe do que estou falando, há uma matéria sobre este caso está AQUI.

Em resumo: Um homem estava abraçado com o filho de 18 anos quando um grupo de jovens se aproximou e perguntou se eles eram um casal gay. Mesmo com a negativa, pai e filho foram agredidos. O autônomo ficou desacordado e, quando se recuperou, percebeu que havia perdido parte de sua orelha. O caso foi no interior de Sao Paulo.

5 Comments

  • Erika Alonso disse:

    Gisele, sou moradora do centro de São Paulo, e poderia acrescentar “outras vergonhas” também. Quase todos os dias “tropeço” em alguém dormindo (?) pelas calçadas. E na hora do almoço! Ah sim! Além de morar, trabalho na região, o que faz com que veja de perto muitas outras coisas. Alguns dos restaurantes antigos que gostamos de frequentar – O gato que ri, no Lgo. do Arouche, Filé do Moraes, na Pça. Júlio Mesquita, La Farina, na rua Aurora, entre outros – sofrem com o espanto dos clientes, que há muito fogem para outros lugares para não tropeçarem em tanta sujeira nas calçadas. Eu me sinto muito envergonhada também, com tanta falta de educação, de zelo, de respeito ao próximo.

  • Fernando disse:

    Cara Gisele,

    por aqui o caso repercutiu mais nas mídias socias do que na imprensa tradicional. Acho que respeito à diversidade ainda é um aprendizado distante para “nosotros”. É bom notar e enfatizar que o evento ocorreu naquela que se julga a “unidade mais desenvolvida da federação”. A verdade, entretanto, é bem outra e São Paulo notabiliza-se cada vez mais como a nota destoante na “música” dos nossos novos tempos.

    Abraços.

  • Eduardo Baró disse:

    Cara Gisele
    Es cierto que la legislación es más avanzada en Argentina que en Brasil respecto a los derechos humanos y en especial a la elección sexual, pero eso no evita que aquí haya prejuicios y discriminación, aunque sin llegar al grado de violencia que contas de Sao Paulo.

    Creo que una tradición cultural extremadamente y discriminadora tiene que ver con eso, y va a costar erradicarla, aunque haya gobiernos más populares en la región. Me indigna un poco el comentario más arriba, donde parece que la vergonha por los moradores de rua se debe a que afean el acceso a los restaurantes finos. Gente diferenciada é assim, e vota assim, em Sao Paulo ou em Buenos Aires.

  • martha disse:

    ES UNA COSA HORRIBLE, PERO NO CREO QUE PASE SÓLO EN BRASIL.
    ACÁ TAMBIÉN HAY GENTE HORRIBLE QUE HACE COSAS HORRIBLES,
    EN ESPAÑA, CREO QUE EN BARCELONA,UNOS DEGENERADOS ROCIARON ON NAFTA A UN INDIGENTE Y LE PRENDIERON FUEGO
    !PARA DIVERTIRSE!!!!!!!!!!!

  • Ricky disse:

    Nesse meio tempo, o projeto que criminaliza a homofobia no Brasil mofa no Congresso. Parlamentares apoiados pelas igrejas evangélicas não querem tocar nesse vespeiro. Para piorar, o judiciário faz vistas grossas. Por exemplo, os autores confessos dessa agressão estão soltos por aí.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *