Brasileiros em Baires (4)

Foto Monica Herrera

Poderosas

A Sergina tem um sorriso que é um abraço e é um dos pilares da comunidade brasileira em Buenos Aires. A razão é simples: ela está sempre “aprontando”.

Sua última invenção é organizar uma ala de baianas para as comemorações do Dia do Imigrante, que será celebrado em 4 de setembro, em Retiro. Para participar não precisa ter nascido na Bahia. Nem no Brasil. Os pré-requisitos são alegria e buena onda.  E olha que de “falsa baiana” ela entende! Vive disso desde que chegou aqui, na década de 1970.

A história da moça é super interessante.

Primeiro, o nome, que parece saído de um livro de Gabriel Garcia Marques: Sergina Anunciação Boa Morte.

Depois, a trajetória.

Ela nasceu – pasmem – num lugar de São Paulo que se chama Vila Buenos Aires e aportou em terras portenhas por vias bem tortas. Foi depois de uma turnê de dois meses pela antiga União Soviética, com o grupo brasileiro Karkará. De lá a convidaram para vir para a Argentina. E ela veio. Mas chegando não encontrou o apoio prometido e teve que se virar.

Apostou na brasilidade vestindo-se de baiana em festas típicas, traje que tornou a paulista reconhecida em toda a cidade. Para sobreviver, essa danada já fez foi muito. Foi cantora, dançarina, atriz, cabeleireira, overloquista, professora de português, vendedora de cocada (Edu garante que são as melhores do mundo!!!).

Mas entre seus principais feitos está a fundação da associação “A Turma da Bahiana”, que atua na área de direitos humanos, proteção à mulher e apoio a imigrantes. Oferece atividades como capoeira infantil ou para adultos, musica popular, recepcionistas baianas, orientação sobre culto afrobrasileiro.

A gente se conheceu no Mundial de Tango, porque não resisti ao vê-la arriscando passos do 2×4 com seu companheiro uruguaio. Afinal, não é sempre que encontro uma baiana fazendo oitos por aí.

Quem quiser conhecer a Sergina, ela estará também em outros dois eventos este mês, no dia 11, quando será comemorado o Dia do Brasil em Buenos Aires, na Avenida de Maio e, no dia 18, em outra festa pelo Dia do Imigrante, no Rosedal.

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