Botica del Angel, alucinação barroca

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Botica del Angel é um dos lugares mais alucinantes de Buenos Aires. Por fora, parece uma igreja. Mas não é. É um museu que reúne vestígios do mundo artístico da capital portenha nos anos 1960 e 1970. Um túnel do tempo. Um lugar muito difícil de explicar por sua singularidade.

São 1500 metros quadrados, divididos em 33 salas, abarrotados de obras de arte e também de objetos de qualidade duvidosa, porém cheios de historia. Não importa. O relevante é que não há um centímetro livre de informação. Tudo é excesso

 

Botica del Angel Fachada

1.500m2 de loucura e arte

 

Botica del Angel

Fotos Igor Palovay

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Cada espaço tem sua cor

 

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E seu tema

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Nenhum centímetro sem informação

 

Entre o caos, objetos surpreendentes:

  • Um anjo que pertenceu a casa de Pablo Neruda
  • Um vestido de Tita Merello
  • Uma carta e um chapéu de Victoria Ocampo
  • Um cheque original assinado por Carlos Gardel
  • Um tinteiro que foi do poeta Federico GarciaLorca
  • A mala de viagem de Adolfo Bioy Casares
  • Manuscritos de Alfonsina Storni e Xul Solar
  • Desenhos de Quino.

Isso sem falar nas obras de arte de grandes mestres da plástica, como Antonio Berni, Marta Minujin, Raul Soldi, Hermenegildo Sábat, Carlos Castagnino, Carlos Alonso, Clorindo Testa, Quinquela Martins e Julio Le Parc, entre outros.

Cada sala da Botica del Ángel tem um tema, uma cor e uma trilha sonora. La Nave, El pasillo Di Tella, Todo se olvida con el champagne, El prostíbulo, El Circo Criollo, La Academia del Tango, El Café con Suerte. E por aí vai.

Frases de gente conhecida e outros nem tanto, espalhadas por todos os espaços.

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O “gordo” Bergara

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Frases por todos os cantos

História da Botica del Ángel

 

O museu fica na Luis Sáenz Peña, 541, no bairro de Monserrat, e funciona em um prédio construído em 1927 para ser igreja metodista.

Virou ponto de encontro de criadores portenhos pela mão de uma figura chamada Eduardo Bergara Leumann, que o transformou no primeiro “café concert” de Buenos Aires, uma espécie de cabaret artístico que lançou muitos nomes hoje famosos, como Susana Rinaldi, que estreou por lá.

Leumann, um tipo obeso mais conhecido como “O Gordo Leumann”, vivia sempre fantasiado de anjo e foi apresentador de televisão, artista plástico e ator.

No cinema, para terem uma idéia de onde ele transitava, integrou os elencos dos filmes Casanova, de Federico Fellini, Calígula, de Tinto Brass, e Contrastes, de Andy Wahrol.

Nos anos 1980, protagonizou um programa de televisão chamado Botica de Tango, que foi um êxito, e por onde passaram nomes da cultura nacional, inclusiveJorge LuisBorges e Ernesto Sábato.

Leumann morreu em 2008 e durante muito tempo o espaço ficou sem atividade.

Agora, sob a administração da Universidad del Salvador, começa a recobrar vida, com visitas guiadas (que duram duas horas e podem ser agendadas pelo 0800 333 8725, desde Buenos Aires), e apresentações de tango.

Imperdível para os que estão com viagem marcada para cá.

 

2 Comments

  • martha disse:

    VERDADERAMENTE, ES UNA VERGÜENZA QUE VIVIENDO EN BS.AS. YO
    NO HAYA IDO A LA BOTICA DEL ANGEL. VOY A DECIRLE A UNA AMIGA
    PARA IR MUY PRONTO. GRACIAS POR RECORDAR ESTOS LUGARES

  • Lorene Soares disse:

    ai Gisele, que ganas de estar aí e visitar este museu contigo; logo voltarei e já vamos inventar algumas coisas por aí. bjs com saudade de ti guria

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