Barracas, novo Palermo?

Detalhe de fachada em Calle Lanin

Semana passada a Legislatura portenha aprovou dois projetos para proteger o bairro de Barracas (entre outros) da especulação imobiliária.

Em cerca de 50 quadras não poderão ser construídos prédios de mais de três andares.

Com isso, parece que 13 torres de apartamentos deixarão de ser construídas. Uma vitória da organização Proteger Barracas.

Empresários do setor andam salivando pela região, que há alguns anos vem sendo apontada como novo Palermo, e receberá a sede do governo de Buenos Aires a partir de 2012.

Já há diversos outlets instalados no bairro, especialmente na rua Herrera, e a região também é sede do centro Metroplitano de Diseño, o que já levou certo dinamismo a esta parte sul da cidade.

Até aí tudo bem.

O problema é que os especuladores descobriram que podem colocar a região “de moda”, principalmente porque está perto do centro, da autopista e tem imóveis baratos.

Matéria publicada no caderno M2 deste fim de semana, no jornal Página 12, aponta que uma das vítimas desse avanço da construção civil já é a famosa Pasaje Lanin, conhecida pelas intervenções com azulejos feitas pelo artista plástico Marino Santa Maria, especialmente as casa número 8 e 189 (desta última só resta a fachada). Há um temor de que elas sejam destruídas para dar lugar a novos prédios.

Semana passada aproveitei para fazer uma caminhada na área e realmente está um canteiro de obras. Deixo com vocês um álbum de fotos. Gostei das coisas novas e das velhas. Espero que o crescimento do bairro seja amoroso daqui para frente. Se é que isso é possível.

4 Comments

  • Fernando disse:

    Gisele, ainda que existam “brechas” na legislação, Buenos Aires e sua preocupação com a preservação do patrimônio causam inveja a quem, como eu, vê seu bairro da infância, com forte influência da expansão ferroviária de fins do século XIX e com o casario característico dos trabalhadores (as famosas vilas operárias) ir abaixo com a condescendência das autoridades municipais e estaduais. Longa vida ao bairro de Barracas. P.S.: “Babei” com as fotos do álbum.

  • Gisele Teixeira disse:

    Fernando, as coisas não tem que ficar paradas no tempo. Quero mais é que Barracas seja valorizado, especialmente para dar um “up” aqui no sul, que é totalmente esquecido pelas autoridades. Mas não queremos arranha céus e densidade alta de população. A idéia é um meio termo. Vamos ver se vai dar certo…Destruir a calle Lanin seria uma burrice.

  • Fernando disse:

    É isso, Gisele. De fato, as coisas não precisam parar no tempo, mas a política de “terra arrasada” (passa o trator ou deixa cair e a gente vê depois) tão associada a fórmula simplista, novo = progresso, já legitimou muita burrice no “sulzão maravilha”, como ironicamente diria o Henfil. Viva o bom senso e o meio termo.

  • martha disse:

    HACE VARIOS AÑOS FUI A VER LA CALLE LANIN. ME GUSTÓ MUCHO ALGO TAN ORIGINAL.DESDE ALLI SE VEIA PASAR EL TREN. ENTRAMOS AL TALLER DE MARINO SANTA MARIA Y A UNA CASA DE DE FERROVIARIOS QUE NOS CONTABAN, A MI AMIGA Y A MÍ LAS HISTORIAS DE LOS ANTIGUOS FERROVIARIOS Y NOS MOSTRARON LAS OBRAS DE ARTE QUE HICIERON CON RESTOS DE VÍAS, HERRAMIENTAS ETC.
    POR SUPUESTO, HAY QUE PROMOVER BARRACAS, PERO QUE NO HAGAN BARBARIDADES Y QUE TODO SEA ESPECULACIÓN INMOBILIARIA,
    !POR FAVOR!

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