A “independente” imprensa argentina

Um dia após a votação arrasadora de Cristina Kirchner, que registrou 54% dos votos para presidente ontem, os jornais locais deram pistas de que vão “profundizar o modelo”, para usar uma expressão que está na moda aqui.

Nesse caso, reforçar a oposição que os partidos políticos não conseguiram construir.

No La Nación, as manchetes chegam com os seguintes conteúdos: concentração de poder, populismo sem limite, democracia frágil, congresso dócil, perda de controle da economia, consenso ou luta, perigo.

O jornalista Luis Majul, em sua coluna semanal, aposta que o próximo mandato não será mais do mesmo, e sim mais do pior do mesmo. “Hegemonia. Mais soberba. Mais prepotência. Mais tolerância. Mais acumulação de poder com muita caixa para convencer os indecisos.”

Um asco de comentário, para usar a palavra que tanto trabalho deu a Fito Paes. Para quem quiser ter uma úlcera, a íntegra está AQUI. 

O Clarín, que sempre se gabou de derrubar presidentes após quatro manchetes negativas seguidas, também está se retorcendo e começa a disseminar o medo ao alertar seus leitores sobre os perigos de tanto poder da presidente com maioria absoluta nas duas câmaras do Congresso.

Infelizmente, nem todos os argentinos podem ler outras matérias, como a divulgada pela BBC Brasil.

Segundo o texto distribuído hoje, “nove anos seguidos de altas taxas de crescimento econômico (2003-2011), a criação de 3,5 milhões de postos de trabalho (com carteira assinada) e a queda nos índices de pobreza, estão entre as principais razões que explicam a reeleição da presidente Cristina Kirchner para mais quatro anos de mandato”.

Dito isso, termino com a famosa frase de Maradona, super grosseira (mas tao clássica que já virou até camiseta), que cabe bem à mídia que faz terrorismo e por isso não resisto: “que la sigam chupando!” 

6 Comments

  • Gisele Teixeira disse:

    Retirado do Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorin
    http://www.conversaafiada.com.br/pig/2011/10/23/kristina-derrota-o-pig-nao-da-a-menor-bola-pra-ele/

    Cristina não vai à festa da revista Exame, editada pela Abril, que publica aquele detrito de maré baixa.

    Cristina não faz omelete na tevê do Clarín.

    Nem implora para dar entrevista à GloboNews.

    Ah, que inveja da Argentina, onde o marido da Cristina mandou para a rua os ministros do Supremo que o Menem nomeou.

    Onde o Coronel Ustra vai morrer na cadeia.

    Onde o Bernardo fez a Ley de Medios.

    Que inveja !

    Paulo Henrique Amorim

  • Ricky disse:

    A postura do La Nación e do Clarín parece encontrar fácil eco entre os correspondentes brasileiros na Argentina. Ao ler essa coluna, percebe-se de onde saíram as análises, no mínimo apocalípticas, a beirar o terrorismo, que jornais e TVs daqui tem veiculado desde as eleições de ontem.
    A princípio até parece franca, pura e descarada “argentofobia”, mas no fim das contas trata-se apenas da defesa de interesses comuns.
    Com coberturas tão limitadas, tão parciais, os brasileiros dificilmente terão qualquer noção do que realmente acontece no quintal do vizinho.
    Tampouco entenderão como Cristina chegou a esses 54%.

  • martha disse:

    DESPUÉS HABLAMOS. MENEM SALIÓ LIBRE AHORA DEL JUICIO POR LA VENTA DE ARMAS. Y CON APOYO DEL KISCHNERISMO, VOLVIÓ A SER SENADOR POR LA RIOJA. PARECE QUE NO TIENE IMPORTANCIA SER
    CULPABLE DE HABER VENDIDO EL PAÍS DURANTE SUS PRESIDENCIAS.
    CRISTINA HA GANADO EN BUENA LEY..LO GANÓ ELLA. ESO ES CIERTO.
    SU TRIUNFO ES DE ELLA. PERO NO MIREMOS A LOS QUE LA RODEAN,EN SU ENTORNO, PORQUE SE NOS VAN A ENSUCIAR LOS OJOS.

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