Para os que um dia foram ao Farol no inverno

Ontem vi um filme muito lindo sobre Cabo Polônio, no Uruguai.

Não é uma película que recomendaria a qualquer pessoa, pela estranheza que provoca. No início me pareceu que ia ser uma chatice, depois o roteiro me levou a viajar pelo Farol de Santa Marta dos velhos tempos, quando íamos para lá no inverno, e me ganhou por completo.

O filme, chamado El Polonio, é um documentário. Conta a história de Natalia, uma mulher que foi buscar tranquilidade deste povoado depois de perder a filha Trinidad, há oito anos. Aos poucos a câmara vai se metendo em sua vida e na de seus amigos e mostrando esse mundo onde não há luz elétrica, nem água potável, nem gás, mas ao qual muitos vão para conectar-se com suas próprias histórias.

“Todos aqui são pacientes”, diz em determinado momento a protagonista.

Com direção de Daiana Rosenfeld e Aníbal Ezequiel Garist, a gente anda pelo balneário vazio fora de temporada, e tem a noção exata da solidão e do contato inevitável com a natureza. Os dois passaram quase um ano convivendo com os moradores antes de começar a rodar o filme, que foi feito em seis meses.

Ei, não é película de Hollywood! O roteiro é lento como costumam ser as caminhadas nestes lugares. Eu gostei.

7 Comments

  • Anamaria M V Lins disse:

    Olá Gisele, sou leitora de seus artigos,e qual não foi minha surpresa ao ver falando do Farol. É como o chamamos. Grandes ferias,isso com mais de 20 anos. Tenho uma cunhada que mora la e em Floripa. Vive mal… Bem só um comentário,sou apaixonada por BsAs,então sua persiguidora. Um abraço

    • Gisele Teixeira disse:

      Oi Ana, passei minha adolescencia e meus 20 e poucos no Farol. No princípio ia de onibus de POA até Laguna, depois tomava outro önibus e depois a balsa. Mais tarde, de carona e depois com meu carro. Todo os feriados possíveis. Inverno e verão.
      Agora tem muito tempo que não vou lá e me parece que melhor assim. Dizem que mudou muito…Prefiro ficar com a idéia de um paraíso que frequentei quando tinha toda a vida pela frente. Hoje em dia meus mergulhos são em outras praias! Um abraço e obrigado pela leitura.

  • magda disse:

    Adorei a dica, o Uruguay tem lugares lindos assim, onde a natureza ainda predomina, com leões marinhos, poucas casas, turistas em quantidade razoável, e rever isto em filmes só me dá mais saudades e vontade de ir de novo.

  • Ricky disse:

    O comentário me deixou muito a fim de ver esse filme. Faz quase 25 anos que sou frequentador do Farol (S. Marta), e tenho acompanhado suas rápidas mudanças, tanto que hoje quando vou lá, em lugar da vida rústica e da cia. da estrelas, faço-o mais para visitar família!!!! Lembrei daquela ocasião em que vocês caíram na baía… milagre todos terem saído bem.

    • Gisele Teixeira disse:

      O filme é bom mas é suuuper alternativo – tem que estar no astral de ver algo bem diferente e devagar. É tudo tão solitário e imenso que a gente não tem como não se solidarizar com as pessoas que vivem por lá.

  • Baron disse:

    Saudades dos bons tempos do Farol, por isto estou planejando uma passadinha no Cabo Polônio agora em janeiro, quem sabe tomamos um café alí em Colônia del sacramento. Bacci.

  • Gisele Teixeira disse:

    Pode ser! Avisa com antecedencia. Ou entao cruza para cá para passar o dia! Vamos combinar sim!

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