Cartas de Baires: O falso positivo e os jornais argentinos

Alguém mais vê maldade nesta vírgula, ou estou meio tendenciosa?

Os argentinos passaram o fim de semana digerindo o resultado de “falso positivo” dos exames da presidente Cristina Kirchner. A notícia de que o diagnóstico inicial tinha sido modificado – ou seja, não era câncer de tireóide – deu margem para especulações de todo o tipo na imprensa. Erro médico? Uso político?

Para acalmar os ânimos, no final da tarde do domingo a equipe médica divulgou uma cópia dos primeiros exames onde os especialistas falavam de “citologia compatível com carcinoma papilar (Bethesda categoria VI)”. Isto é, com um valor do sistema Bethesda que caracteriza o tecido como tumor maligno, que deve ser extirpado mediante cirurgia.

A linguagem médica do documento, no entanto, era cautelosa e qualificava o analisado como “compatível” com um carcinoma, o que deveria ser confirmado com biopsia posterior à cirurgia. Segundo os médicos, isso não se confirmou e a presidente entrou para os 2% de casos denominados “falsos positivos”, que só podem ser verificados após a cirurgia (esta, inevitável, com ou sem câncer).

Como a mídia abordou o tema?

O jornal Clarín, principal opositor ao governo, costuma abrir fogo nos títulos e manchetes (embora os textos não deixem por menos). “A presidente foi operada por um câncer que não teve”, “Governo admite que o diagnóstico estava equivocado”, “Cristina foi operada sem necessidade e lhe tiraram inutilmente as tireóides”. “Quer dizer que Cristina Fernandez não tem câncer e agora também não tem glândula tireóide”, salivou uma jornalista.

O La Nación é mais sóbrio nas manchetes (A presidente não tem câncer, ou Casa Rosada nega erros no tratamento da presidenta). E também nos textos, que são infinitamente mais profissionais que os do Clarín.

Por outro lado, bombardeia nos editoriais e artigos. Carlos Pagni, no texto “Mala Práxis do governo”, coloca pimenta na história. “Todas estas irregularidades nos obrigam a perguntar se o governo trata o corpo da presidente com a mesma negligência com que administra a moeda”, diz. Os comentários são de arrepiar!!

Os jornais mais alinhados abusam do tom na outra ponta, claro. “A melhor notícia”, alardeava o Página 12 de domingo. “Governo assegura que contou tudo sobre a saúde de Cristina”, dizia El Argentino.

Como vocês podem ver, o tema ainda vai render por aqui. E fica a impressão de que qualquer que fosse o resultado dos exames, a briga na mídia ia seguir igual. Pior para o leitor, que fica sem entender nada. Mas com um ex e um atual presidente que já passaram por problemas de saúde, o Brasil sabe bem como é isso.

Texto completo no Noblat, AQUI. 

4 Comments

  • Eduardo Baró disse:

    No vi a Cristina haciendo política con esto, ni al Gobierno. Fueron sumamente discretos, aunque equivocados en el diagnóstico. La concentración místico-religiosa- peronista, vieja tradición argentina, frente al hospital, para “dar el aguante” no fue mayor que con Sandro, o Maradona o Tita Merello. Ese mismo fin de semana el Gauchito Gil juntó 400.000 personas.
    Sí vi a los de siempre tratando de desgastar como fuera, con la sospecha, con la decepción o con el goce perverso que siente la derecha de este país con el cáncer.. La portada de la revista Noticias antes del falso positivo se relamía con el futuro de controles médicos,debilidad, iodo radioactivo y medicación eterna.
    Me quedo con este “falso positivo” de los patólogos , antes que con el “no positivo” del inepto de Cobos.

  • Neviton disse:

    A coluna de Clóvis Rossi, de hoje, dia 10/01, na Folha de São Paulo, detalha bem o que aconteceu. Sem apresentar preferência, nem a favor, nem contra, buscou a um especialista para aclarar o que aconteceu.
    Explica que nesses casos o procedimento é realmente a operação. Não se pode ter dúvidas quanto a possibilidade de um câncer. O que passou a CFK poderia ter passado a qualquer pessoa.

  • en noviembre del 2010 me hicieron sacaron la tiroides. Anduve dando vueltas para enfrentar esta operacion,pues el nodulo dudoso se vio en una ecografia ya que mi tiroides funcionaba normalmente( no era ni hipo ni hipertiroidea) , me hice , al igual que a la pesidente una puncion con aguja fina y en el reporte sugerian sacar la tiroides y analizarla para prevenir males mayores. ( chequee ese informe con otra patologa y salio lo mismo) . Finalmente tome coraje y me opere. El cirujano me dijo que una vez que analizaran la tiroides y luego otro informe a lai semana recien alli me podrian decir si todo estaba bien= no cancer.
    O sea fue una operacion preventiva, . Todo salio bien no tengo c ancer pero mi sistema hormonal quedo dado vuelta.
    a mas de dos meses todavia sigo hipotiroidea y me canso mentalmente al caer la tarde. ( por ello deseo que Cristina K tenga la energia suficiente para tomar las medidas que tiene que tomar en el gobierno). Todos dicen hay que tener paciencia.
    El posoperatorio , fue re contra molesto . todos lo que no se sacaron la tiroides dicen no es nada…. claro porque la que tiene el tajo en el cuello es una . en resumen dormi casi sentada por tres dias.
    hoy estoy bien, la linea todavia se nota, la piel seca se me cae el pelo y estoy mas pacifica que antes( por estar hipo).
    Los medicos son muy cautelosos , no nombran la palabra cancer livianamente. No se bien que paso , si fue el diario si Cristina fue mal informada pues yo la escuche a ella decir que se operaba de cancer.
    No la vote, pero la respeto como Presidente y deseo que haga lo mejor para todos los argentinos, asi como tambien que se recupere bien.
    Una nota: yo estoy bajo constante stress pues acompano a mi marido quetiene cancer hace dos anos. Por suerte todo va andando bien.
    Aprendi de el a vivir el dia a dia, olvidar rencories y pensamientos negativos yla vida es hoy.
    Lo que me paso a mi le puede pasar a cualquiera.
    Cristina

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