Cartas de Baires: Mecenas modernos

Cada vez mais "famosos" aderem ao financiamento coletivo

Vocês já ouviram falar em crowdfunding ou financiamento coletivo de projetos? Aqui na Argentina a novidade pegou de vez e começa a atrair celebridades.

A premissa é relativamente simples: pessoas com idéias, mas sem dinheiro para viabilizá-las, apresentam seus projetos na internet. Quem acredita na proposta paga para ver. Isto é, banca financeiramente a iniciativa por meio de uma doação. E recebe em troca uma “recompensa”.

Há poucos dias um famoso ator e humorista argentino, Alfredo Casero, apostou neste sistema para financiar o projeto Cha3DMubi para produção de um filme.

Casero ficou muito conhecido pela série cult Cha Cha Cha, de humor surreal, que completou cinco temporadas na década de 1990 e deixou uma legião gigantesca de fãs pelo país.

Desta vez, precisa arrecadar 22 mil dólares em 55 dias. Até agora, 282 “produtores” já se associaram ao projeto, uma espécie de “Cha Cha Cha Return”, que alcançou 51% da meta em 31 dias.

No financiamento coletivo, em geral as contribuições são bem pequenas, e o que conta é o volume e a recompensa, que deve ser atrativa o suficiente para que haja algum interessado.

No projeto de Casero, as doações iniciam em 5 e 12 dólares, o valor de um postal ou de uma entrada, mas podem chegar até 2 mil dólares. Nesse caso o doador tem, além de um par de entradas, um jantar com o humorista, nomes nos créditos do filme como produtor executivo, entrada para a avant première, acesso aos camarins, e ainda duas camisetas oficiais do filme.

Entre os famosos que aderiram à novidade está também a artista plástica Marta Minujin, que arrecadou quase 3 mil dólares para a produção de uma edição limitada de 100 garrafas de vinhos da bodega Catena com rótulos feitos por ela.

O financiamento coletivo funciona graças à interação social na web, em redes como Twitter e Facebook, e é super democrático. Qualquer pessoa pode tentar vender seu projeto. No caso do Ideame, que funciona na Argentina, Brasil, Chile e México a iniciativa já financiou, desde 2011, mais de 700 projetos.

Se o interessado não alcança o valor necessário, o dinheiro é devolvido a todo mundo que participou.

Deixo vocês com Casero e com um dos personagens dele que eu mais gosto, o Batman, numa convenção de Batmans do Mercosul. Detalhe para o Batman uruguaio que está sempre com o mate e a cuia, o paraguaio que reclama da capa quente, o brasileiro com calção estampado dançando a marcha peronista. Só escracho.

 

Texto no Noblat, AQUI. 

Recomendacoes para um projeto exitoso, AQUI.

 

 

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