Dicas de Lisboa: os novos inferninhos cool

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A gente anda batendo ponto aqui. Foto: Gisele Teixeira

Anotem este endereço em Lisboa: Rua Nova do Carvalho com Rua do Alecrim. É praticamente a “nossa” esquina nesta viagem à capital portuguesa.  Fica no Cais do Sodré, um bairro em processo de renovação que e abriga quatro bares da cidade que a gente adorou: Pensão do Amor, Bar da Velha Senhora, Sol e Pesca e O Povo. O endereço reparte espaço com antigos inferninhos (que ainda sobrevivem) com  prostitutas que costumavam receber marinheiros vindos de portos tão distantes quanto Oslo, Holanda e Jamaica.

Mas vamos por partes.

O mais bacana deles é o Pensão do Amor, que tem duas entradas. Quem chega pelo Alecrim dá de cara com uma sala com paredes vermelhas, abajures art deco, imagens antigas de senhoras seminuas posando em fotos timidamente eróticas. É onde funciona o bar.

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Sala principal

Seguindo, há uma sala vazia com um pequeno palco, que serve tanto para festas como para exposições. Mas a gente vai entrando e o ambiente vai ficando menos sofisticado e mais com cara de puteiro mesmo. Uma sala cheia de almofadas estilo leopardo, luz disco anos 80, e cano para pool dance.  Juntinho, uma livraria de obras eróticas e uma sex shop. Descendo, num ambiente meio under todo pintado com pin-ups, a gente dá na rua Nova do Carvalho, onde estão os outros três novos espaços.

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Dúvida…

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Hora de atualizar o diário de bordo

No Sol e Pesca, a excelência são as conservas. O lugar funciona na antiga loja do Marreco, de artigos para pescaria, que ficou fechada por 20 anos.  Na reabertura, eles mantiveram o máximo possível o astral original, com redes, anzóis, bóias.  Na mesa, tudo o que vocês puderem imaginar de peixes que cabem numa lata: sardinha, cavala, atum, bacalhau, enguias ou polvo, anchova petinga ou carapau…

E as marcas tambem não são poucas. Matosinhos, Pinhais, Minerva, Conserveira de Lisboa, Tricana, Minor. A idéia é provar várias!

Do ladinho está o Bar da Velha Senhora, que tem uma história que mescla ficção e realidade. Dizem que ali vivia uma menina que veio de Trás-os-Montes para Lisboa como criada e que, tornada “mulher voluptuosa e de curvas generosas”, viria a ser a “Madame do Cais do Sodré”.

 

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Adorei o palco!

No interior da casa, quase tudo obedece à temática do burlesco e ao imaginário do Cais do Sodré de inícios do século XX.  Entre petiscos e pratos “tipicamente locais”, quase todos brincam de forma mais ou menos inocente com o burlesco. “Punhetas de bacalhau” é um dos mais pedidos, por exemplo (os preços giram entre 2,5€ e 7€). Nas bebidas, os vinhos são a aposta mais forte.

 

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Fado “moderno”

Por fim, O Povo., onde a gente ficou escutando fado (Claudia Duarte) sem se sentir numa casa portuguesa com certeza. É do mesmo dono de um espaço chamado Music Box. Petiscos locais e programação que reúne tradição e inovação. Por exemplo, há mensalmente um artista residente, um talento desconhecido vindo do mundo do fado. Caldo verde a 2 euros e todo mundo feliz no final da noite.

Dá para entender porque a gente não sai desse cantinho?

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