Este fim de semana recebi dois presentes que são uma delícia.
Primeiro, conheci a Renata Gamelo, uma pernambucana de carteirinha, daquelas que falam “pra tu”, super agitada, conversadora. Está em Buenos Aires pesquisando o design local.
Como se uma nova amizade não fosse regalo suficiente para um dia, ela me deu um livro chamado Comedoria Popular – Receitas, Engenhos e Fazendas de Pernambuco, de Ana Cláudia Frazão.
A obra esmiúça a culinária de um dos mais importantes capítulos da história brasileira, o Ciclo Açucareiro, em especial o da cultura gastronômica dos engenhos pernambucanos e as particularidades dos cardápios das fazendas, com algumas das receitas que fazem parte do Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado.
A primeira parte do livro apresenta dez engenhos e a peculiaridade gastronômica de cada um. A segunda, traz as receitas. Para a gente, que está longe, poder matar as saudades de um camarão ao molho de coco e queijo coalho, por exemplo (tem tudo no Bairro Chino, sem desculpas!).
O livro traz ainda a escala cromática das receitas constando o valor nutricional de cada preparação, testadas em uma cozinha experimental e ilustradas.
Este é o segundo livro de Ana Paula, que lançou em 2008 o “Comedoria Popular – receitas, feiras e mercados do Recife”, que já vendeu mais de 8 mil exemplares.
Deixo vocês com uma receita perfeita para o inverno que está chegando: creme de macaxeira com charque. Mais fácil impossível.
CREME DE MACAXEIRA COM CHARQUE
½ kg Macaxeira
½ kg Charque
1 ½ cebola
2 dentes de alho
1 pitada salsinha
1 pitada sal
Descasque a macaxeira e cozinhe com uma cebola inteira e o 1 dente de alho. Bata no liquidificador a macaxeira, com a própria água e a cebola e o alho. Reserve.
Corte em pedacinhos a gordura da charque e leva ao fogo. O restante da carne escalda para tirar o sal e cozinhe na pressão por 15 minutos. Depois desfia a carne e frita na gordura da própria carne, com a ½ cebola e mais um dente de alho.
Misture o creme de macaxeira com a charque e leve ao fogo mexendo por 15 minutos. Adicione a salsinha para finalizar.
Quer saber de onde vem essa receita? O mapa segue abaixo:
PS: O Edu já está lá no fogão!
Gisele,
Vc sabe donde se consegue charque em Buenos Aires ?
Moro aqui ha muitos anos e ja procurei, sem exito, por varios lugares (inclusive no Bairro Chino…).
Como sempre, muito interessante a sua materia.
marcelo
Marcelo, se nao tem no Bairro Chino, difícil ter em algum outro lugar. Vou ao Sul este mes e se der, faco um contrabando e trago um pedaco para a gente testar esta receita! Um beijo e obrigado pela leitura
Si vc tiver exito no contrabando, como a minha mulher é argentina, podemos propor por ela e o Edu na cozinha para, ainda que falte a paisagem, ver se eles conseguem o mesmo sabor do engenho nordestino…
marcelo
Marcelo,
Plano A: Os Teixeira sao faca na bota em contrabando de produtos bromatologicamente incorretos como linguiças caseiras,
Plano B : Carmen, uma vizinha boliviana e cozinheira explicou como fazer charque, com sal e sol.E ainda acresecentou a receita das empanadas bolivianas de charque
Plano C: No mercado de Constitución, não muito limpo, caindo aos pedaços e num bairro suspeito, tem lojas de produtos bolivianos, peruanos e dominicanos. Ja vi charque. O locro para o 25 de maio va ser feito com ingredientes comprados ali. Estão convidados.
Este livro é excelente! Belo presente de sua nova amiga, heim?
Beijo.
OH! Y EDUARDO PIENSA ADELGAZAR????? MEDIO DIFÍCIL…….
Gi, querida!!
Tudo bem, lindona?! Que legal o que você escreveu sobre a comida da minha terra!! E eu também quero conhecer a minha conterrânea Renata!! Infelizmente, a cozinha não é meu forte, mas me ofereço como “cobaia” para os experimentos do Edu!! rsrsrs… Mando um beijo enorme pra vocês!! Josi
Vamos botar água no feijao!! Pode deixar que vai sair uma comidinha agora em maio e te chamamos. Um beijo
O nome da autora é Ana Claudia Frazão.
Mariana. gracias pela correção.