Ando apaixonada pelo tango estilo canyengue, o primeiro tango dançado em Buenos Aires e que dominou a “cena” até 1918.
É um baile com forte influência afro, que chegou à Argentina depois de passar por Cuba e tem diferente pisada e ritmo.
Coincidentemente, este semana o blog Buenos Aires y el Tango publicou um artigo sobre o tema, que eu vou reproduzir abaixo numa tradução livre, alguns fragmentos.
No caso do baile, a influência afro é inegável especialmente no estilo canyengue, quando reparamos na relação que os bailarinos têm com o piso. O pé está mais em contato com o solo. A forma de mover-se também é distinta, com os movimentos nascendo do centro do corpo.
A primeira vez que dancei este estilo foi em 2012, numa aulas com os professores Martha e El Gallego, feras nesse assunto. Amei.
Dessa classe resultou o vídeo abaixo, que me parece uma boa introdução ao estilo. O som não é uma grande coisa, mas a explicação é bem interessante.
Tango Canyengue – algumas caracteríticas
Abraço: A diferença mais visível do canyengue é o tipo de abraço. Os bailarinos ficam de ladinho, como formando um V e as mãos, entrelaçadas, estão em baixo, na altura das cadeiras. Ambos se relacionam desde o centro do corpo. Os joelhos estão flexionados. É uma posição muito íntima e de entrega total.
“Los dos bailarines tienen que ceder su eje y confiar plenamente en el otro, tratar de encontrar el punto de equilibrio que los lleve a explotar al máximo sus posibilidades sin ser una carga para su compañero”.
Peso: No tango canyengue, o peso do corpo se translada completo e de uma só vez. O peso também é elemento de marcação para o homem e meio de comunicação para a mulher.
Fonte: Buenos Aires y el Tango
Prestem atenção a estes dois aspectos no vídeo abaixo:
Para saber mais sobre as raízes africanas no tango, leiam o livro “Tango Negro”, de Juan Carlos Caceres. Ele destaca – por exemplo – as primeiras gravações que citam explicitamente esta influência, como “El negro alegre” de Villoldo, e “Tango de los negros” de Arturo de Nava, gravados em 1907.
E curtam o trailer do documentário TANGO NEGRO, do diretor angolano Dom Pedro, que explora a expressão da africanidade do Tango e a contribuição das culturas africanas na criação da dança e música.
…obrigado Gisele, pelo perfume das palavras com que embalas a insustentável leveza da vida tão deliciosamente. Navegar é preciso !
António Leite
Porto/Portugal
Me gustó! Participarias por un instante de un curta met sobre tango? Estamos en Rio. Gracias
Beso
Hola Americo, estoy en Buenos Aires!