Emoção em Montserrat: meu bairro dando uma “garibada”

Aramburu

Quando comprei o apartamento em que vivo em Buenos Aires, em 2008, tinha duas possibilidades: ou um pequeno num bairro nobre, ou um grande numa região menos valorizada. O dinheiro que tinha não dava para juntar as duas coisas.

Escolhi a segunda opção e vim morar bem na divisa do bairro Montserrat com o bairro de Constitución, uma zona feia da cidade.

Qual foi a minha surpresa quando, logo que me mudei, descobri que a Universidade de Buenos Aires tinha comprado o prédio ao lado da minha casa, para instalar aí a Faculdade de Ciencias Sociales. As obras recém tinham começado. A primeira parte foi entregue em 2010, quando vieram para cá as carreiras de “Ciencias de la Comunicación” e “Ciencia Política”.

Desde então, lenta mas visivelmente, o bairro de Montserrat começa a ficar mais interessante. Abriu uma livraria e alguns cafés novos – os velhos todos aderiram à internet wifi, por causa dos estudantes. Quem vem de vez em quando aqui, não nota nenhuma diferença, mas a gente que vive o dia-a-dia, sim.

Martin Kohan no meu café da esquina!

Martin Kohan no meu café da esquina!

Mas a melhor notícia tive hoje, quando abri o Página 12 e fiquei sabendo do ciclo “Sociales invita literatura”, que começou no ano passado e segue este ano, no Bar Vivaldi, bem aqui do ladinho de casa. Encontro da faculdade com escritores renomados! 

O próximo é dia 17 de maio e tem como convidado Martín Kohan, autor de  Cuentas Pendientes, Dos veces junio, Ciencias Morales e Bahía Blanca, entre outras.

.A programação segue assim

* 18 de mayo 20hs. La encolarizada ráfaga del revés. Poesía, música, exquisita reunión. Convoca: Andres Alvarado

* 23 de mayo 21 hs. Presentación del Ensayo Demonización y Reconciliación Nacional de Leandro Molinaro, por Colisión Libros Libros.

*24 de mayo 21 hs. Martín Prestía debuta en la escena vivaldiana cantando los mejores tango que el hombre dio.

*8 de junio. Se presenta Rocío Animal de Natalia Litvinova.

*28 de junio (tentativo). El inspiradísimo ciclo Solos Permanecen vol III, a cargo deFranco Castignani.

 

Outras “perlitas” do bairro:

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A conferir!

1. Restaurante Aramburu – cozinha molecular, em terceiro lugar no TRip Advisor entre 1.742 restaurantes de Buenos Aires! Oferece menu de 12 passos.

A cozinha é comandada por Gonzalo Aramburu e oferece pratos como Langostinos en cocción unilateral sobre piedra refractaria, olvidados en fermento oriental y mandarina nitrogenada”, ou “conejo cocido a 65 grados durante 18 horas, con hongos de estación infusionados en aceite de pino, velo de hierbas, flores silvestres y tierra de algarroba”. A provar! O que já sei, mesmo sem ir, é que é caro!

2. Restaurante Gijon – Este é uma típica”fonda” de bairro, que serve porções generosas. Está na lista de Bodegones selecionados no livro de Pietro Sorba. Além de um bom bife de chorizo, se pode comer aqui lulas, arroz com mariscos, cazuelas de peixe e outras especialidades espanholas. Vale a pena!

3. Campo dei Fiori – Outro excelente restaurante, especializado em massas. 

Casa cheia. E posso voltar caminhando para casa.

Casa cheia. E posso voltar caminhando para casa.

4. Milonga de primeira: Los Consagrados  ( a meia quadra de casa!), com piso de madeira e o encanto das velhas milongas, todos os sábados, com cabeceio e zona de damas e cavalheiros em separado!

5. O B&B da nossa amiga Lucy Imaginem um lugar charmoso e multipliquem por dois. É assim a casa da nossa vizinha de bairro e de Airbnb, a Lucy, que oferece quartos lindos (inclusive um com lareira e jacuzzi) numa casa antiga totalmente reformada. Deixo umas fotos abaixo. 

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Perfeito para quem quer “vizinhar” com a gente

 

Suite master de mais de 50 metros

Suite master de mais de 50 metros

 

6. Cafe Montserrat – Ambiente acolhedor, boas medialunas, jornais do dia, sempre com alguma exposição de arte. Perfeito para começar  a jornada. Importante: alma tangueira!

cuba mia

A volver!

7. Bar Cuba Mia – Esse lugar é para perder a caixa preta! A unica vez que eu fui tomei tantos mojitos e dancei tanta salsa que nem lembro direito como é por dentro! Temos que voltar!

8. Botica del Angel – Um logar que por fora parece uma igreja. Mas não é. É um museu que reúne vestígios do mundo artístico da capital portenha nos anos 1960 e 1970.  São 1500 metros quadrados, divididos em 33 salas, abarrotados de obras de arte e também de objetos de qualidade duvidosa, porém cheios de historia. Não importa. O relevante é que não há um centímetro livre de informação. Tudo é excesso. Fiz uma nota sobre ele para o Noblat, AQUI. 

 

 

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