Aos poucos vou completando a série do Marrocos! Hoje, Essaouira. Até o final da semana, Chefchouen. Vem comigo!
Bueno, depois de tanto passar trabalho com o calor no deserto, eu merecia uma folguinha!
Passei meio batido por Marrakech na volta do deserto e rumei em direção à Essaouira (antiga Mogador), cidade litorânea de uns 70 mil habitantes.
A cidade fica dentro de uma muralha e foi construída no século 18. Foi o primeiro porto do Marrocos. Fica em uma vasta baía com quilômetros de praia de areia no sul e colinas a leste.
Fui de trem e, no caminho, fiz amizade com três espanhóis. Acabamos dividindo um apartamento juntos, um lugar de frente para o mar!
A gente mal coloca os pés na cidade e sente uma lufada de ar oceânico. Venta muito! Exatamente por isso, esta praia se transformou em um dos lugares preferidos para os amantes das ondas e do kyte surf. Também tem um astral meio hippie. Há quem chame Essaouira de a “Meca dos Hippies” mas isso também tem a ver com uma suposta visita que Jimi Hendrix teria feito ao lugar. Não se sabe bem se é verdade, mas o boato foi suficiente para inspirar um movimento de peregrinação que transformou a pequena povoação berbere numa espécie de Katmandu africana.
Essaouira também foi um ponto de passagem e de comércio de escravos que vinham da África Central. Estes movimentos deixaram marcas no tecido sociocultural da cidade, que mescla elementos árabes, berberes e negros. Tem também forte presença portuguesa.
Em 1506, os portugueses, sob o comando de Diogo de Azambuja, construíram por lá um forte, chamado Castelo Real de Mogador, conquistado pelos marroquinos em 1525.
Fim da aulinha de história!
A cidade também é super conhecida por um festival de música Gnaoua.
A palavra Gnaoua era usada, antigamente, para designar os descendentes dos escravos originários da África negra, que levaram para o norte práticas rituais e musicais sobreviventes até aos nossos dias. São esses ritmos que, misturados com jazz e outras músicas, marcam este festival.
Estas músicas são também conhecidas por “músicas de transe”. Durante uma sequência do ritual há lugar à intervenção de uma espécie de médium e dos seus assistentes, que se entregam à dança durante períodos que podem durar largas horas ou quase toda a noite.
Aproveitei a passagem a cidade para descansar, caminhar e fazer uma tatuagem de henna.
Entre os passeios bons para se fazer na cidade está visitar a medina (mais uma!), ir ao bairro judeu, comer peixe e cuscuz, ir a um hamamm (banho árabe), passear pela cidade velha
AQUI tem umas fotos lindas da cidade. Abaixo, umas minhas.
Meus amigos espanhóis me convencem a ir a Chefchouen, que não estava no meus planos inicial e marcou o fim da minha viagem ao Marrocos.
Aqui um vídeo super bacana sobre a cidade: