Acabamos de voltar da Terra do Fogo, lugar mítico para qualquer viajante.
Foi um passeio relâmpago, de quatro dias (2 em Rio Grande e 2 em Ushuaia), mas que deu para ter uma ideia da beleza desta região da Patagônia, que fica na extremidade sul do continente americano, justo onde a Cordilheira dos Andes se esparrama no mar, lá na pontinha do mapa.
Geográfica e geologicamente, a Terra do Fogo é um arquipélago, separado do resto da América do Sul pelo Estreito de Magalhães.
Leva o nome do português Fernão de Magalhães, que foi quem descobriu esta passagem do Atlântico para o Pacífico em 1520, evitando assim que os marinheiros tivessem que passar pelas águas revoltosas e perigosíssimas do Cabo Horn.
A luz das fogueiras, sempre acendidas pelos povos nativos, inclusive nas canoas, levou os marinheiros a batizar o confim como “Tierra Del Fuego”.
A principal ilha está divida ao meio, como num traço de régua – parte é da Argentina e parte é do Chile. Os chilenos ficaram com uma boa porção, com o temido Cabo Horn e o Porto Williams.
Mas a Argentina ficou com o marketing do fim do mundo!
USHUAIA: E quem explora isso à exaustão é a cidade de Ushuaia, com cerca de 80 mil habitantes, capital da província da Terra do Fogo, a cidade mais turística e a mais austral do mapa.
Fica no sul da ilha, naquele pontinho preto do primeiro mapa, numa bela baía rodeada de, montanhas nevadas, como a Martial, que abriga o pico Olivia (1.470 metros), visível de qualquer ponto da cidade. Um escândalo!
Aliás, é uma paisagem única na Argentina, graças à combinação caprichosa de montanhas, mar, glaciares e bosques.
Proveniente da língua indígena Yámanas, a palavra Ushuaia significa “baía que penetra o poente” – Ush = ao fundo e Wuaia = baía. (Aguardem para os próximos dias um post específico sobre povos originários).
É uma cidade pequeninha, em cujas ruas se respira um ambiente de “vacaciones” e onde, com algum esforço, de pode imaginar como o lugar foi um dia – construções de madeira, de chapa, um pouco de cor para contrastar com o cinza do inverno.
No verão, a região é ponto de partida e parada de cruzeiros, passeios marítimos e caminhadas pela beira de lagos lindíssimos. No inverno, o forte é a estação de esqui e os passeios em trenós puxados por cachorros (!!). A temporada de neve se inaugura no dia 20 de junho com uma caminhada noturna com tochas e uma grande festa para celebrar a noite mais larga do ano – das cinco da tarde às dez da manhã!
Em frente a Ushuaia fica o Canal Beagle. É um estreito, que deve o nome ao navio de exploração britânico que por lá navegou no século XIX (o HMS Beagle, comandado pelo inglês Robert Fitz Roy). A bordo, o então jovem de 23 anos chamado Charles Darwin. Eles estiveram pela região em 1832/33 e em 1834.
No seu Diário, Darwin apontou notas sobre a terra, que depois reproduziu em A Origem das Espécies.
Vem com a gente conhecer o fim do mundo!
Todos os posts da série:
Ushuaia 1: PARA ENTENDER ONDE FICA
Ushuaia 2: AS DICAS PRÁTICAS
Ushuaia 3: OS PASSEIOS
Ushuaia 4: OS CÃES QUE LUTARAM NAS MALVINAS
Ushuaia 5: OS POVOS ORIGINÁRIOS
Ushuaia 6: UMA PIONEIRA EM VIAGENS PARA A ANTÁRTIDA
Oi amiga, Bela viagem. A Argentina eh um absurdo de linda com suas paisagens tao contrastantes emagnificas em suas mais diversas manifestacoes. Nos tb ficamos alguns dias pelo Ushuaia anos atras e nos encantamos com o lugar. Adorei a ideia da festa na noite mais longa do ano. Quem sabe numa proxima? Saudades e ate bem breve. beijo
Eu adorei essa ideia da caminhada noturna com tochas. Mas, fala sério, não sei se tenho coragem de ir no inverno. Venta demaissssss.
Jujuy con sus cerros pintarrajeados y Ushuaia con sus cerros nevados siempre son dos extremos de geografía hermosísima y enormemente diversa. Población y culturas tan diferentes!
Maravilhoso, vou lá!