Sílvia em um de seus seminários – foto Divulgação Matraqueando
Outra palestra super bacana do segundo evento da Red Viajar – Red Argentina de Bloggers de Viagem, este mês, foi a da Sílvia Oliveira, do Matraqueando – blog focado em viagens econômicas e especializado em destrinchar destinos.
A Sílvia é também presidente da Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) e tanto sua palestra quanto a conversa que tivemos antes do início do evento giraram em torno de um tema que permeou meu blog este ano: como monetizá-lo sem vender a alma ao diabo.
Uma das propostas que tive este ano, para vocês terem uma ideia, incluía acesso ao meu Google Analytics e também o direito de responder os comentários dos leitores! Afe!
Bueno, confesso que fiquei muito aliviada depois da palestra da Sílvia! Tudo o que ela falou fecha total com o que eu penso.
Para mim, o blog é meu portfólio e a partir dele capto outros trabalhos como jornalista. Não é um espaço que me dá dinheiro diretamente. Por isso optei por não ter banners nem fazer publiposts. E quero que ele se mantenha assim. Tudo o que eu escrevo é porque acredito e não porque sou paga para isso. Nada contra quem tem uma postura diferente, apenas não é a minha.
“O conteúdo e a alma do blog”, afirma Silvia, acrescentando que o leitor não pode perder a confiança e nem a gente a credibilidade.
“Para muita gente isso pode parecer arrogância, mas para mim é ética”, completa Silvia, que mantém uma postura similar no seu blog. Além de não ter posts publicitários, ela também não viaja patrocinada. Para um blog de viagem, é uma coragem e tanto!
Para mim isso tá explicado bem claramente: é a diferença entre “jornalista que tem um blog” e “blogueiro”. Para quem é jornalista e tem um nome a zelar é muito difícil aceitar jabá.
OS GUIAS – BOA FONTE DE RENDA
Silvia diz que uma das saída que encontrou para capitalizar financeiramente toda a bagagem de informação que possui foi criar os Guias Matraqueando, que podem ser comprados on line.
Já podemos comprar os guias de Lisboa, Madri, Paris, Roma e Santiago. E, loguinho, também o de Buenos Aires. Todos com o mesmo enfoque: como viajar barato!
No caso do meu blog, a única parceria que eu fechei este ano foi com o BsAs4U, para fazer as resenhas dos shows de tango, mas com total liberdade de dizer o que eu penso de cada lugar. E inclusive de não escrever, se achar que o lugar não merece. Não tem dinheiro envolvido. Tem conhecimento. Eles estava interessados nas minhas resenhas e eu precisava conhecer estes lugares – que são caros – em função do meu trabalho com turistas de tango.
E isso está informado bem no princípio de cada texto, e não em letras miúdas no final.
Os dois banners do Airbnb.com que tenho ao lado, antes que alguém me pergunte, são de apartamentos meus, que alugo.
Para Sílvia, os blogs de viagem tiveram um boom recente e passam por uma crise de transparência. “Mas isso vai passar e certamente sobreviverão os que possuem melhor conteúdo”, diz.
