Para quem quer visitar a COSTA BRAVA, na Espanha, mais três sugestões de lugares: Portlligat, Cap de Creus e Portbou.
Costa Brava: Catalunha mon amour (parte 2)
Costa Brava – Porlligat
Coladinho em Cadaqués, em direção ao norte, está Portlligat – uma cidezinha minúscula, eleita como moradia por Salvador Dalí em 1930. Embora ele frequentasse Paris e Nova Iorque, era na Catalunha que o artista passava suas primaveras e verões, junto com a esposa e musa Gala. Sobram motivos: barcos de pescadores por todo o lado, mar mediterrâneo, vista, tranquilidade…
A casa está aberta ao público desde 1997, mas somente com reserva prévia. A gente não sabia disso, e por isso só pode ver a casa do lado de fora. Por dentro, guarda o mobiliário e objetos cotidianos de Dalí e Gala. Dá para fazer uma visita virtual aqui: Casa Salvador Dalí Portlligat.
Portillgat, junto com Figueres (onde está o Teatro Museu Dalí) e Púbol (onde está o Castelo de Gala), faz parte da rota Salvador Dalí na região.
Mais fotos de Portlligat. Crédito: Gisele Teixeira/Eduardo Baró
Costa Brava – Cap de Creus
O Parque Nacional Cap de Creus foi um dos lugares mais lindos da viagem. Está no extremo norte da Costa Brava, já na divisa com a França. A vista é alucinante! O mundo para para a gente admirar o azul-mediterrâneo, as montanhas, as prainha escondidas. É o primeiro parque marinho-terrestre da Catalunha, com 13.886 hectares, sendo que 3/4 de sua superfície estão em terra e o resto no mar. Durante o verão, dá para caminha até as prainhas desertas, onde o nudismo está permitido.
A melhor vista é junto ao farol, onde está também o restaurante de Cap de Creus. O lugar é tocado pelo chef-proprietário inglês Chris Little há 20 anos. O menu tem todos os tipos de comidas típicas da região, pescado fresco e ainda especialidades indianas. O lugar é perfeito para passar o dia, mas também tem acomodações e está aberto todos os dias do ano. Para mais informações: +34 972 199 005.
Mais fotos de Cap de Creus. Crédito: Gisele Teixeira/Eduardo Baró
Costa Brava – Portbou
A linha divisória entre Espanha e França chega até o mar Mediterrâneo, em Portbou, onde fomos especialmente para visitar o Memorial a Walter Benjamin. Para quem estudou comunicação, é um momento forte. Para pessoas de outras áreas, ou que não o conhecem, Walter Benjamin nasceu em 15 de julho de 1892, em Berlim.
Foi um dos maiores intelectuais da história, especialmente por seus modos de compreensão da realidade e sua “materialidade”. Seu pensamento foi importante para a arte, a cultura, a filosofia, a comunicação, a história e a antropologia.
Benjamin suicidou-se aos 48 anos, com uma dose excessiva de morfina, em 26 de setembro de 1940, em uma pousada, em Portbou. Sua passagem pela cidade durou pouco mais de 12 horas. Mas dura até hoje.
Segundo a historiografia oficial, sua morte teria ocorrido pelo temor do filósofo alemão em ser capturado pelas tropas franquistas e alemãs, que já haviam invadido anteriormente seu apartamento em Paris. Em Portbou, após um difícil trajeto, fora proibido de atravessar para a Espanha o que o levou ao suicídio.
Passagens é o nome do memorial feito pelo artista israelense Dani Karavan em Portbou, em 1994, ano do 50 aniversário da morte de Walter Benjamin. O nome não é somente uma referência à fatídica passagem de Benjamin por Portbou, mas também à obra inconclusa do autor, Passagenwek, na qual reunia textos e imagens para ilustrar os trânsitos e passagens da vida urbana e contemporânea.
O Memorial incorpora alguns dos conceitos mais próprios deste pensador: a filosofia da história, a necessidade da experiência, a ideia de limite, a paisagem como aura e a necessidade de memória.