Mercado boliviano de Liniers: uma viagem ao coração andino da América Latina

bolivia_folclore

Conheça o Mercado Boliviano de Liniers e descubra os sabores e a cultura desse rico país vizinho. 

Nos últimos tempos a Bolívia me invadiu. Primeiro foi a Feira Internacional de Literatura (Filba), que homenageou o país e me apresentou escritores como Edmundo Paz Soldán. Aliás, recomendo a leitura de PUERTA CERRADA, que é excelente e está na íntegra no link.

Depois, saí encantada com o colorido dos balés folclóricos.

Recentemente, por fim, fui conhecer o Mercado Boliviano do bairro de Liniers, onde vive grande parte da comunidade. Números oficiais apontam para entre 400 e 500 mil bolivianos vivem aqui em Buenos Aires, mas extra oficialmente se fala em mais de 2 milhões.

Mercado Boliviano de Liniers 

Mercado Boliviano de Liniers -Foto Gisele Teixeira

As banquinhas são todas na calçada. Fotos Gisele Teixeira

O Mercado Boliviano de Liniers fica sobre a rua José León Suárez, entre Ramón Falcón e Bosch.

São apenas duas quadras, com várias lojas e barraquinhas na rua, mas um paraíso para chefes de cozinha e quem gosta de gastronomia em geral, com produtos frescos, mas também manufaturados, envasados e bebidas.

Mercado Boliviano de Liniers_cerveja

Adorei o rótulo

Dia de semana é mais tranquilo e nos findes uma loucura!

Para os brasileiros, há diversas novidades, como batatas de diferentes formatos e cores e milhos de todos os tipos – inclusive preto.

E mais: tem mamão e maracujá! Além de um queijo fresco que comprei e substitui perfeitamente o delicioso minas frescal que me dá tanta saudade.

Para quem gosta de álcool, vale provar a cerveja El Inca, com intenso sabor a malta; e ainda voltar para casa com uma garrafa de singani, a resposta boliviana ao pisco peruano.

Mercado Boliviano de Liniers_milho preto

Fora milho transgênico! A gente quer variedade!

Em meio aos ingredientes, hay de todo: incensos, aguayos coloridos, estátuas de Evo Morales, óleos e cremes para diferentes problemas, remédio para fungos de unha, batons.

Enquanto isso, uma senhora lê a sorte e folhas secas de coca numa esquina.

Uma viagem ao coração andino da América Latina.

 

A cadeia de restaurantes da Miriam 

Feira Boliviana de Liniers

O Edu e a Sílvia Backes, nossa cicerone pela feira

Para o meu paladar a comida boliviana é meio bruta. E em quase tudo tem uma coisa que não gosto: amendoim.

Mas valeu pela experiência antropológica de conhecer um dos famosos restaurantes da “Miriam“, uma cadeia que domina a região.

Todos as casas compartilham um menu similar, são barulhentas e simples. Não faltam as tevês ligadas com vídeos de futebol, folclore a cumbia e, nos fins de semana, música ao vivo. Espaços familiares, multitudinários, coloridos.

Nas mesas, garrafas de refrigerante de litro e sucos estranhos, como o de amendoim ou de cravo.

O menu: pique a lo macho, picante mixto, mondongo chuquisaqueño, chicharrón de cerdo, pollo dorado, chorrellana.

Que ninguém se apavore: há fotos de cada prato! O susto, na verdade, é na hora que ele chega – gigante – talvez pensados para quem vai subir a montanha.

Cozinha étnica a sério.

Mercado Boliviano de Liniers

O “picante de pollo” do Edu

Mercado Boliviano de Liniers

Charkecan, prato típico de Oruro

 

Para comer “al paso”

Para os apurados e mais ousados, sugiro que provem as comidas que são vendidas na rua, em carrinhos. Aviso: é comida para valentes!  Entre elas:

Salchipapas. Umas mescla de salsichas cortadas em pedacinhos, acompanhadas por batatas fritas.

Chicharrón asado. Carne de porco assada, que vem acompanhada de  batatas ou milho.

Anticuchos. Espetinhos de coração vaca, acompanhados de uma porção de batatas assadas.

Como chegar e outras dicas: 

– As lojas estão abertas de segunda a segunda, das 8h às 20h.

– O lugar exato é José León Suárez, desde o número 100 até o 300, a uma quadra de Rivadavia 11500.

– Somente cash

– Para quem vai de carro, melhor deixar a algumas quadras da feira, perto do shopping de Liniers

–  Ônibus: linhas 4, 28, 34, 52, 80, 96, 104, 106, 109, 136 ou 161, entre outros, a partir de diferentes pontos da Capital Federal.

 

 

 

 

 

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