Uma tarde no Tibete: o templo budista de Três Coroas

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Foto Gisele Teixeira

Uma das vantagens de morar fora do Brasil é que a gente volta a “turistar” em casa. Em dois posts, os relatos de uma visita-dobradinha há muito desejada: ao Templo Budista Khadro Ling e ao restaurante Espaço Tibet. Ambos em Três Coroas, Rio Grande do Sul, a 100 km de Porto Alegre.

Templo Budista Khadro Ling

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Fotos Gisele Teixeira

Fachada do templo. Foto Gisele Teixeira

Fachada do templo. Foto Gisele Teixeira

O lugar que a gente chama popularmente no Rio Grande do Sul de “templo tibetano de Três Coroas” tem como nome oficial Khadro Ling.  É a sede do Chagdud Gonpa Brasil, uma organização sem fins lucrativos destinada ao estudo e prática do Budismo Tibetano.

Na chegada, o que mais me impressionou foi o tamanho das edificações e a complexidade do conjunto, com templos, residencia para moradores, rodas de orações. Depois, as cores, o silêncio, a paz, os detalhes. Recomendo que se faça o passeio com calma, durante uma tarde inteira. A gente teve menos de duas horas, o que foi um erro.

O Templo Budista por dentro

O coração do Khadro Ling é o templo que abriga os retiros e cerimônias. A fachada não dá a dimensão do tamanho que ele é por dentro. Nem da sua “lindeza”. Como não é permitido fotografá-lo por dentro, tomei a liberdade de reproduzir umas fotos que estão no  Flickr do Templo Budista. São as únicas fotos que não são minhas.  Curiosidade: o templo tem centenas de potinhos com água, que são trocados de manhã e no final da tarde, como forma de estimular a disciplina.

Há práticas de mediação abertas ao público todos os domingos às 9h.

Templo Budista – Rodas de Oração

Outro destaque do lugar são as Rodas de Oração, que guardam milhares de mantras escritos em papel. Segundo os tibetanos, ao girar estes cilindros liberamos uma energia sutil, capaz de proporcionar saúde, paz, equilíbrio e vitalidade para todos. Um dos mantras mais conhecidos, o Mantra da Compaixão (OM MANI PADME HUM), é escrito diversas vezes e colocado no interior das Rodas de Oração do mundo inteiro.

 

Logo que a gente chega, outra edificação que chama a atenção são as Stupas, ou Estupas – palavra tibetana que significa “suporte para oferendas”. As oito stupas do Khadro Ling representam diferentes fases da vida de Buda, desde seu nascimento no bosque de Lumbini, até sua morte. No interior destas formas cônicas, 20 mil pequenas stupas de argila contendo mantras evocam as bênçãos do Buda.

 

Templo Budista – Turismo

Pela exuberância da arte sacra tibetana e pela beleza natural do entorno, o Khadro Ling entrou no roteiro turístico da Serra Gaúcha. Quando Chagdud Rinpoche idealizou o templo, ele não tinha a intenção explícita de criar uma atração turística. No entanto, sempre disse que construiu o templo para inspirar positivamente todos os visitantes, independentemente de suas crenças ou tradições religiosas.

Uma comunidade de praticantes budistas mora no Khadro Ling. Eles são responsáveis pela manutenção das atividades e dependências do centro por meio de trabalho voluntário. Como é comum em algumas tradições do budismo tibetano, a comunidade não é monástica, e sim leiga. Ou seja, as pessoas podem manter relacionamentos, casarem-se, ter filhos, formar uma família.

A diretora espiritual do Khadro Ling é Chagdud Khadro, viúva de Rinpoche, que foi sua aluna durante mais de duas décadas. A ela cabe a orientação espiritual dos praticantes, a condução de cerimônias e decisões administrativas do dia-a-dia. Lama Sherab Drolma, que foi tradutora e atendente pessoal de Chagdud Rinpoche ao longo de dez anos, auxilia Chagdud Khadro nessas tarefas.

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