Desafio de Marta Minujín: encontrar a alma gêmea dia 27 de junho

A artista plástica argentina Marta Minujín é famosa por suas perfomances e instalações. Dia 27 de junho ela promete mais uma. Uma mescla da energia flower power dos anos 60, com o emaranhados de informações das redes sociais.

mijujon anos 60

A artista, nos anos 60.

Vejam só que interessante: começa com uma app, que fará uma série de perguntas e convidará o público a encontrar sua alma gêmea, e termina na Puente de la Mujer, em Puerto Madero, onde a artista deixará cair milhares de pétalas de flores de um helióptero. Pontualmente às 17h.

Ela pede todos se vistam de branco e levem um pequeno espelho!

A ideia é que as pessoas possam encontrar suas almas gêmeas, gente que compartilha os mesmos gostos, os mesmos hábitos. “Seres compatíveis que vivem na mesma cidade e que podem estabelecer vínculos”, diz a artista. Uma ação local/global de convergência social, que utiliza as redes tecnológicas para trascender o contato personal.

A aplicação, já disponível para download, vai mandando para o telefones perguntas como: Onde você gosta de passara as férias? ou Qual a tua aspiração na vida?

De acordo com as respostas, cada um vai recebendo uma cor e logo a indicaçao de onde deve agrupar-se no próximo sábado. 

[headline]Tradição em happenings[/headline]

Esta obra está inserida numa tradição de Minujín, iniciada nos anos 60. Simultaneidad en Simultaneidad – Three Countries Happening, por exemplo, foi realizada em 1966 junto a artistas alemães e norte-americanos. E foi assim: durante o evento, foram feitas 500 chamadas telefônicas e enviados 100 telegramas a outros espectadores que seguiam a performance pela televisão, com a mensagem “você é um criador”.

Quase meio século depois, na era da internet, Minujín leva a cabo una vez mais uma emblemática intervenção urbana-poética, na qual cruzará a ousadia pacifista do flower power dos anos 60 e a atual trama de comunicações das redes sociais.

A curadoria da intervenção é de Oscar Smoljan e Rodrigo Alonso.

[headline]Outras performances de Marta Minujin[/headline]

Para quem não a conhece, Minujín é uma figurinha carimbada da arte argentina, famosa por fazer uns happenings muito surreais e bizarros.

Entre eles, realizou o Partenón de Libros, uma estrutura tubular de ferro do mesmo tamanho que o Partenón de Atenas, recoberta por milhares de livros proibidos durante a ditadura militar. O Partenón foi aberto e compartilhado com o público durante a noite de Natal de 1983, o primeiro ano do país novamente em democracia.

O ato mais chocante para mim, no entanto, foi Visual Event, um happening feito no estádio do Peñarol, em Montevidéu, em 1965. Influenciada pelo filme 8 ½ de Federico Fellini, Minujín reuniu, em um estádio lotado, um grupo de 20 motociclistas, 20 mulheres gordas, 20 fisioculturistas, 20 casais de namorados e 20 prostitutas.

O resultado? As prostitutas saíram beijando todos os homens que estavam no estádio, enquanto os fisiculturistas levantavam as gordas, os namorados se grudavam com fita adesiva, os motociclistas giravam ao redor de tudo. Do alto, num helicoptero, ela entrava em cena colocando no piso 500 galinhas vivas, 500 alfaces e 500 quilos de farinha.

Leia mais sobre Minujín.

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