A história por trás de El Clan

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A Argentina é cheia de histórias estranhas, de deixar a gente de cabelo em pé.  Uma delas é a protagonizada pela família Puccio, que matava amigos e empresários para cobrar resgate, nos anos 80. É o eixo do filme El Clan, de Pablo Trapero, que em menos de uma semana foi visto por mais de 500 mil pessoas.

 

O grupo vivia no tranquilo bairro de San Isidro e, liderado pelo pai, um “pacato cidadão”, se dedicava a sequestrar pessoas para cobrar milhares de dólares de resgate.  Os reféns era mantidos em cativeiro na própria casa da família, e mortos no final da operação.

Trinta anos depois, duas outras ficções também lembram este episódio: a minissérie Historia de un clan, que tem a participação de Cecilia Roth e Chino Darín, e o livro do jornalista Rodolfo Palacios (El clan Puccio. La historia definitiva).

 

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Foto da família, na década de 1980

 

O cabeça era o pai Arquímedes (interpretado por Guillermo Francella), que bolava e colocava em ação os “operativos” – um sujeito que foi também contador, ex-diplomata, ex-militante do grupo de ultra direita Tacuara.

Mas ele contava com a ajuda de dois amigos e de seus dois filhos mais velhos, Daniel e Alejandro, sendo este último uma das estrelas de um club rugby e jogador de Los Pumas na época. A mulher e a filha mais velha eram cúmplices passivas.

Todos viviam nesta cidade, ao norte de Buenos Aires. Na parte da frente da casa ficava uma loja de produtos náuticos e, nos fundos, o verdadeiro “negócio”. O chefe da família era visto frequentemente de pijama, varrendo a rua, razão pela qual era conhecido pelos moradores como “o louco da vassoura”. 

O primeiro sequestro foi em 22 de julho de 1982. A Argentina acabava de sofrer uma derrotada arrasadora em Malvinas e ainda vivia sob uma ditadura. Neste contexto, não é de se estranhar que os vizinhos nunca tivessem visto nem ouvido nada. Foi somente em 1985, quando os Puccio sequestraram a empresária Nélida Bollini de Prado (que chegou a ficar um mês em cativeiro), que o grupo foi preso.

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As notícias da prisão, na época.

 

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O chefão, pouco antes de morrer, em 2013

 

Mais eu não vou contar para que vocês possam ver o El Clan com algum suspense.

Aproveitem para ver o filme no Gaumont, que custa apenas 8 pesos é uma daqueles antigos cinema de rua enooorme (reformado, é bom que se diga).

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