Tri bom: reciclado, gaúcho e lindão

artesanato brasileiro redeiras

Tô de queixo caído com duas iniciativas gaúchas: os projetos Canoa e Redeiras – um artesanato que namora com a joia e ainda tem design contemporâneo e preços que cabem no bolso.

 

 

artesanato brasileiro_projeto canoa

Não parece, mas é borracha automotiva. Todas as fotos são de divulgação

 

O Canoa foi um amor fulminante.

Resíduos industriais de borracha se transformam em bolsas e bijuterias que são um desbunde de lindas, pelas mãos de 20 artesãs da cidade de Canoas do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Elas participam do projeto Brasil Original, desenvolvido pelo Sebrae Nacional. Aliás, há anos que acompanho e sou fã desse trabalho que o Sebrae faz com artesãs brasileiras por todo o país.

As peças nascem de sobras de borracha de vedação de automóveis, originadas de uma indústria da cidade. Mas elas utilizam ainda outras matérias-primas, como tecidos de guarda-chuva, retalhos de persiana e até câmaras de bicicleta!

artesanato brasileiro canoa

Amei este colar

artesanto brasileiro canoa bolsas

As bolsas são a partir de R$ 100

artesanato brasileiro canoa

E valem cada centavo!

O design é super contemporâneo e as peças já foram enviadas para locais como Nova Iorque, Berlim e Paris. Em Porto Alegre, encontrei as peças na lojinha da Fundação Ibere Camargo. Os preços são ótimos. Comprei um colar por R$ 30 reais, mas queria tudinho!

Acompanhe a nova coleção do Canoa no Facebook.

O Redeiras tem outra pegada, ainda mais interesante. As artesãs são da Colônia de Pescadores São Pedro – Z-3, localizada no segundo distrito de Pelotas, no Rio Grande do Sul, banhada pela Laguna dos Patos. É chamada região da Costa Doce.

Elas transformam lixo em arte, reciclando escamas de peixe, redes de pesca e couro de peixe, como corvina, tainha e cascuda. Fiquei impressionada. Um artesanato que parece joia. E de uma certa forma é. Biojoia.

artesanato brasileiro redeiras

Brinco de escama de peixe

Mas o que eu mais amei foram as bolsas feitas de rede de pesca de camarão.

No site da marca, descobri que a rede de pescar camarão é utilizada pelo pescador em torno de cinco safras, período em que ela é exposta a água e sol por longo período, sofrendo desgaste e danos. Quando atinge um estado que não compensa mais ser consertada, o pescador descarta-a, deixando nos fundos dos galpões ou mesmo na rua ou beira de praia.

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De perto elas são ainda mais lindas. Fotos de Divulgação

As artesãs recolhem, retiram a sujeira grossa e depois lavam várias vezes usando o tanque para bater e a máquina de lavar e extrair o resto da sujeira, assim, usando somente sabão em pó e amaciante, elas deixam as redes limpas e prontas para serem usadas no artesanato. O próximo processo é recortar a rede manualmente e transformá-la em rolos de fios que serão usados para confeccionar produtos em diversas técnicas. De joelhos!

 Outras informações na página oficial do Redeiras. 

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