O Café Cortázar – primeiro bar temático de Buenos Aires que faz homenagem ao escritor – foi inaugurado com delicadezas: show de jazz, leitura de poesias, exposição de fotos. Que tenha vida longa!
Descobrir fotos do escritor Julio Cortázar que eu não conhecia e espiar o lugar onde ele trabalhava sempre me emocionam. Encontrei as duas oportunidades num só lugar, o café que leva seu nome, inaugurado em dezembro em Buenos Aires (Cabrera 3797) . Perdi o show de jazz da noite de abertura, mas essa é mais uma das razões para voltar.
Para quem ainda não visitou o Café Cortázar, lembro que até o final de março há uma linda exposição de fotos de Bernardo Cornejo Maltz, um fotógrafo de 24 anos que teve a oportunidade que muitos de nós sonhamos: em 2014 ele viveu por um tempo na casa que morou o autor de “Rayuela” antes de mudar-se para Paris. Ou seja, nessa casa, nesse quarto da rua Artigas 3246, em Agronomía, Cortázar e Bernardo um dia olharam pela mesma janela.
O que viram? “Siempre empezó a llover” nos dá pistas e nos leva a caminhar também pelo bairro.
Esta serie fotográfica propone un acercamiento a Cortázar desde su con-texto, un punto de partida inverso a la lectura. Destramar lo cotidiano para liberar la fantasía, recrear sus pasos detenidos en el tiempo, su mirada a través de las mismas ventanas, el mate amargo bajo la sombra de aquellos árboles. Un privilegio en el enredado tablero de la vida.
Las fotografías forman parte de una serie mayor, todas ellas fueron tomadas durante el año de su centenario (2014) en el propio barrio Rawson y particularmente en el departamento que habitará Julio antes de su partida a Paris: su biblioteca personal -a la que recuerda en el poema “Rechiflao en mi tristeza” (Nairobi 1976) – , su dormitorio, su escritorio, la maquina de escribir, las veredas rotas y las vistas de desde su ventana.
Além das fotos desta exposição, o bar tem muitas outras – retratos do escritor em Buenos Aires e Paris, fotos de suas mulheres e de seus animais de estimação (Teodoro e Flanelle), além de trechos de livros. Completam a decoração uma amarelinha em cores, uma pintura de René Heisecke e dois murais do artista plástico Ricardo Villar.
Boa notícia: em breve deve ser inaugurada a biblioteca Cortázar, com exemplares para ler no lugar. O espaço promete, além disso, encontros de leitura, apresentações de livros, palestras, exposições e shows de jazz.
Quem quiser pode se inscrever no site do Café Cortázar para receber a programação cultural.
O imóvel é de 1889, quando a casa do primeiro andar convivia com um armazém no térreo. Em meados do século passado, esse lugar se transformou no açougue Don Vichi. Mais tarde, em pizzaria (Doña Clota) e, por último, o bar Pablo’s, até dois anos atrás.
As especialidades são as tábuas de petiscos, as tortilhas e os pratos quentes.
PS: nao gostei da cerveja artesanal!