Três livros que vão fazer você subir na bike e viajar!

o mundo sem aneis_foto mariana Carpanezzi

A Revista TPM publicou este mês uma pequena resenha que fiz do livro  “O Mundo sem Anéis – 100 dias em bicicleta”,  da Mariana Carpanezzi. Uma obra sensível, divertida, “pra dentro”, recheada de meditações de viagem. Leia também Bici Zen e Diário de Bicicleta.

 

Abaixo, uma versão adaptada da que saiu no site. Para descobrir as 10 razões pelas quais você pode, e deve, fazer uma viagem de bicicleta, leia o texto completo na TPM.

mundo sem aneis _ bicicleta

Foto: arquivo pessoal

Pode viajar sem nunca ter ido para a estrada de bicicleta antes? E se o preparo físico não for lá grande coisa? E se furar um pneu? Ou os dois? E se chover? E se a gente se sentir só? E sem rumo?

A advogada e fotógrafa Mariana Carpanezzi, de 35 anos, vai eliminando os medos, um a um, nas páginas do livro “O Mundo sem Aneis – 100 dias em bicicleta”, lançado recentemente pela editora Longe.

o mundo sem aneis_bicicleta

Ela reflexiona sobre os 5.000 km que percorreu sozinha, de bike, passando por França, Portugal e Espanha, em 2013. Além de solita, foi sem computador, sem telefones tecnológicos, sem plano nenhum.“Enxergue as coisas como se você fosse uma mulher pedalando sozinha por três meses numa estrada onde as mulheres não vão sós”, diz.  

Mariana conta que, do jeito que estava planejado, o passeio tinha que durar duas semanas. “Só que, quando cheguei na última cidade, não consegui voltar. Continuei e já tinha um mês e meio de estrada quando decidi que iria seguir pedalando até o dia em que pedalar não fizesse mais sentido. A viagem durou cem dias, e agora se transformou no meu primeiro livro”.

A viagem da Mariana foi menos de lazer e mais um laboratório de descobertas. “Eu me vi na bicicleta e estar na bike foi me dando muita curiosidade de explorar, de ver como era o mundo, mas também de como eu era, especialmente porque a viagem de bici te coloca muito no limite das coisas”.

o mundo sem aneis_bicicleta

Foto: arquivo pessoal

ilustracao mariana Carpanezzi,

Aconteceu pela primeira vez em Caminha, e foi mais fácil do que eu imaginava. Tirei o sutiã e deitei só de calcinha na beira do mar. Passou o sorveteiro e passaram famílias. Criança, homem, adolescente, bicho. Passaram as ondas e os peixes a água salgada os grãos de areia e o sol nos mamilos que foram de rosa-claro pra rosa-escuro assistindo ao vivo caranguejos brigando no silêncio das antenas. Nem em casa. Nunca fico pelada. Para evitar retrocessos, deixei a parte de cima do biquíni na lata de lixo quando saí da praia.

Compre a versão em papel ou digital : O Mundo sem Aneis – 100 dias em bicicleta, editora Longe.

Sobre a Longe: O selo independente Longe, criado em 2013 por um grupo de amigos, publica livros especiais sobre as geografias possíveis de encontros e desencontros: viagens, distanciamentos, exílios, retornos, identidade.

 

Bibliografia relacionada

 

 

david-byrneDiário de Bicicleta – David Byrne – Desde o início dos anos 80, David Byrne tem usado a bicicleta como principal forma de locomoção em Nova York, cidade onde vive. Quando viaja ou sai em turnê, ele sempre leva  uma bicicleta dobrável. Ao conhecer novos lugares (ou o próprio lugar onde vive) sobre duas rodas, Byrne percebeu ser possível ampliar a percepção dos ritmos e dinâmicas características de uma cidade, de sua geografia e de seus habitantes, e passou então a registrar em um diário suas observações e descobertas sobre as metrópoles por onde passava.
Diários de bicicleta é a reunião de vários escritos do autor ao longo dos últimos anos – de Berlim a Buenos Aires, de Istambul a São Francisco, de Manila a Nova York, entre outras. Num estilo despojado que passeia entre ensaio, relato de viagens, diário pessoal e álbum de fotos, David Byrne registra também suas reflexões sobre uma variedade de assuntos: política, filosofia, música, planejamento urbano, moda, arquitetura local, diferenças culturais, sexualidade, entre outros, sempre com uma mistura muito particular de humildade, curiosidade e bom humor.

libro bici zen Bici Zen – Ciclismo Urbano como Caminho – Juan Carlos Kreimer. Em 2016 eu entro no meu sétimo ano sem carro. O que era um desafio, virou rotina. E confesso que, tirando um fim de semana que outro, em que realmente sinto vontade de sair dirigindo por aí, o auto não me faz nenhuma falta. Sei que nem todas as cidades estão preparadas para o ciclismo, mas muitas estão. Basta que a gente suba na magrela. Para quem tem vontade de seguir esta direção – ou já está nela – indico fortemente o livro , que traz umas reflexões interessantes sobre o pedal e suas similitudes com o que ele chama de hermosa sensación de nada.

O livro está dividido em três partes. Na primeira, El Ciclista Urbano, ele fala sobre o ciclista urbano, a consciência de rede, a cidade como locação – ver o mesmo desde outro ponto de vista. A segunda parte – Celebro la bici que hay en ti – é a parte mais zen, é onde Kreimer faz a conexão com o eterno presente que é pedalar.

Siempre es ahora. El aquí puede estar en cualquier parte, es el preciso lugar donde nos encontramos. El aquí viaja con nosotros a donde vamos. Cada uno tiene su aquí personal en cada momento presente. El maestro vuelve a sonreír y dice: Nunca nadie puede estar en el aquí del otro.

A última parte – Reglas de la Experiencia – destaca o andar corretamente, os  códigos internos, as regras de trânsito que se deve respeitar, como entender cada parte que compõe uma bici. Entre as coisas bacanas que o autor pontua no livro, uma que me parece muito linda nos dias de hoje: ao contrário da maioria dos produtos que temos em casa, as bicicletas não saem de fábrica com obsolescência programada Quando mais tempo a gente as tem, mais toma carinho por elas, por tudo que passou com a gente. Bárbaro!

 AQUI: 12 idéias para guardar a bici no apartamento!!!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *