Aproveitamos o feriado de Carnaval para fazer nossa primeira viagem de bike, entre Montevidéu e Parque del Plata, no Uruguai. A ideia era ver se “aguentávamos o tranco”. Amamos!
O Caminho – Saímos de Buenos Aires e fomos em Buquebús para Colonia, no Uruguai, depois de ônibus até Montevidéu com as nossas bicis (super fácil de despachar e não pagam extra). Seguimos pedalando tranquilamente a partir daí, 55 km, até Parque del Plata via Interbalneária. Na volta, pedalamos quase todo o tempo pela areia úmida da praia, curtindo o mar e, no final, explorando toda a rambla da capital uruguaia. Vento na cara, playlist com Drexler, Kevin Johansen e Vitor Ramil, e eu pensando porque demorei tanto para fazer a primeira viagem.
As dicas – A gente furou dois pneus, assim que é fundamental levar uma câmara extra e aprender a trocá-la, obviamente (bem fácil). Leve só o necessário. Depois de uma hora, tudo começa a pesar. O meu alforje tinha só 5kg, resultado do exercício da “Meditação sobre as Coisas”, do O Mundo sem Anéis.
Atlântida e Parque del Plata – O Uruguai tem uma região de prainhas que parecem mar, só que são de água doce. Oficialmente, o mar só começa em Punta del Este. Foi lindo conhecê-las. Nosso destino final era a casa de uns amigos em Parque del Plata, pertinho de Atlântida, com vista para o Arroio Solis Chico. Edu me contou que Solis foi o descobridor do Rio da Prata, em 1516, e teve um final terrível: foi comido pelos charruas, os índios uruguaios. Nós tivemos melhor sorte, podemos tomar banho no arroio que leva seu nome e ainda ficamos numa casa linda, desenhada pelo estúdio Becker-Ferrari. Espiem aqui.
Pablo Neruda e Miami Vice – Vim a descobrir duas coisas em Atlântida: a cidade aparece muitas vezes como “Datila” nos poemas do chileno, que viveu por lá quase um ano, na época em que mantinha um romance secreto com Matilde Urrutia, sua terceira mulher mais tarde. Há um museu sobre a passagem de Neruda pela cidade. Atlântida também foi sede – vá entender – das gravações de Miami Vice que, teoricamente, se passam em Cuba. Dois outros pontos turísticos: o edifício-barco e uma águia gigante.
Carnaval – Chegamos a tempo de curtir o Carnaval uruguaio, bem diferente do nosso, com muitíssima influência afro. Este ano, ainda, eles comemoraram os 60 anos das “Llamadas“. Bem a grosso modo, o termo Llamadas (chamadas) está ligado a uma época em que os ex-escravos usavam tambores para convidar seus vizinhos para reuniões onde praticavam rituais religiosos e, juntos, e discutiam temas coletivos. Hoje, o uruguaios usam a percussão para ganhar os nossos corações. Leia mais sobre este tema no site do Museu do Carnaval.