Lima sem pressa: primeiros passos

Para a maioria dos turistas, Lima é só uma passagem rumo a Cusco e Machu Picchu. Como sou do contra, fiquei sete dias na capital peruana. Vem comigo descobrir os segredos dessa cidade chamada de feia.

Quando comecei a pesquisar sobre Lima, o que mais me chamou a atenção foi o adjetivo feia.

“Lima é feia”.

Será? Eu não entendia.

Como não ver beleza em uma cidade que tem sítios arqueológicos como a Huaca Pucllana, o templo dos adoradores do mar, e museos que nos contam como viviam as civilizações pré-incaicas; uma cidade que foi durante anos a joia da coroa espanhola e conserva prédios do período colonial?

Como pode ser feia uma cidade banhada por um mar tão diferente para nós – o Pacífico? E que ainda tem uma gastronomia de fama mundial que mescla influências criollas, com toques de chinesa, japonesa e ingredientes estranhos que chegam da selva? Uma cidade que te oferece mercados com temperos estranhos e possibilidades infinitas de ingredientes como, por exemplo, mais de 1.500 espécies de batata! Como pode ser feia uma cidade com nome de fruta, que nos delicia com o pisco sour e a chicha morada?

Para mim, por mais feia que seja, não pode ser tão feia assim a cidade que nos deu escritores como Cesar Vallejos, Vargas Llosa e Julio Ramón Ribeyro, onde poetas declamam poemas na ruas, que tem um museu de literatura e onde se edita a melhor melhor revista de crônicas da América Latina – a Etiqueta Negra.

Como se nao bastasse, Lima ainda tem música, tem encontros de “cajón peruano”, tem bailinho na praça. E Lima, gente, Lima tem os “limenhos”!

Agora eu volto e entendo. Lima até pode ser vista como feia por muitos. Mas esta seria uma redução injusta. Quem não a conhece que a difame. Eu não.

Quanto tempo ficar: de 3 a 4 dias está de bom tamanho para conhecer o básico da cidade.

Aluguel de carro: nem pensar! O trânsito de Lima é um caos, não vale a pena. Os táxis são baratos, embora não tenham taxímetro. Ou seja, é preciso negociar o preço antes de entrar. A maioria das corridas vai dar entre 8 e 20 soles. Barganhe! Escolha um pouquinho também, alguns estão caindo aos pedaços. Também é fácil usar o transporte público, como o ônibus e o chamado Metropolitano (sistema integrado). Os (bem) mais corajosos podem encarar as vans.

Câmbio:  Eu achei Lima meio cara, mas é porque o real está valendo pouco (abril 2016). A moeda oficial é o Nuevo Sol e 1 real = 0,85 soles. Acompanhe as mudanças na cotação aqui. Troque pouco dinheiro no aeroporto e deixe para fazer o resto do câmbio nas agências da cidade. É mais negócio levar dólares (1 dolar = 3, 30 soles).

Aeroporto – cidade: Segui todas as dicas práticas do blog Sunday Cooks, o que eu achei mais completo para este destino. Eles indicavam o Green Táxi (60 soles)  e foi o que eu usei.

Onde ficar: Lima não tem tanta oferta de bairros bacanas como Buenos Aires. As sugestões são ficar em Miraflores, San Isidro e Barranco, pois eles oferecem boas opções de hospedagem para diversos públicos e bolsos. Fiquei no Hotel Runcu, em Miraflores, e amei a localização e, principalmente, o serviço. Gostei também que eles têm aluguel de bikes.

Agora que você já sabe o basicão, vem conhecer comigo Lima, a feia!

Com a amiga Mari, que topou me acompanhar na aventura

No Mate, o museu de fotografia de Mario testino

No mercado de Surquillo, “cevichando”!

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