Uma boa notícia: você pode explorar os restaurantes de Lima de três jeitos – gastando pouco, mais ou menos ou muito. Eu provei os três!
Selecionar os melhores restaurantes de Lima não é fácil. A cidade tem hoje 22 mil casas, 80 escolas de formação de nível médio e cinco universidades de gastronomia, onde a cada ano se formam 15.000 chefs. As possibilidades vão depender, especialmente, do bolso.
Mas antes de mais nada, um aperitivo!
Nenhum turista que se preze sai de Lima sem provar um pisco sour (se pronuncia pisco sauer). O drinque é preparado com pisco – bebida emblemática do país, feita de aguardente de uva – mesclado com limão e claras de ovos. Há discussões infinitas sobre onde tomar o melhor pisco. O lugar mais famoso é o do Hotel Bolívar, por onde já passaram Ava Gardner, Orson Welles, Nat King Cole e Mick Jagger. O do meu hotelzinho era ótimo. Aqui, o Top Ten do pisco.
Agora vamos ao que interessa: aos restaurantes. Importante: Os limenhos não comem peixe à noite. Dizem que é um ingrediente fresco, que combina com o dia. Ou seja, muitas peixarias fecham no final da tarde. Ligue para confirmar antes de sair de casa. A gente deu com a cara na porta duas vezes antes de descobrir isso.
El Cevichano – barato
Se você está com a grana curta, aproveite para comer em mercados, em restaurantes populares que servem menú del dia, e muita comida de rua. Quase sempre é gostoso. Indico El Cevichano, restaurante do Mercado de Surquillo, onde eu comi o MELHOR ceviche da viagem. Eles servem outras coisas também. Prove o leche de tigre, uma espécie de sopa fria, feita com caldo de peixe. O chefe é um amor, nos explicou tudinho e você vê todo o preparo. Espie a página deles no Facebook.
Tanta – barato para médio
Todo mundo que vai a Lima acaba conhecendo o Tanta. É o restaurante popular, digamos, do famoso chef Gastón Acurio (ex- Astrid e Gastón). Não é um mega restaurante gastronômico, não é ali que você vai provar o melhor e mais sofisticado da comida peruana, mas é bom. A carta é bem variada, uma boa oportunidade para provar os clássicos da comida criolla peruana como o Ají de Gallina. Deixe um espaço para os doces, um dos fortes da casa. É uma cadeia, com restaurantes em vários bairros, inclusive no shopping Larcomar. Confira os endereços aqui.
A gente fez uma degustação de “causas”. A causa limenha é uma espécie de bolinho de batata do tipo huayro com diversos recheios ou “toppings”. A nossa foto tão tá muita apetitosa, mas a comida era delícia.
La Mar – médio para caro
O La Mar é do mesmo chef (uma eminência que está por todo o lado em Lima), o Gastón Acúrio, mas um pouco mais caro (12º na lista dos melhores da América Latina – 2015). Tem um grande salão e também a possibilidade de comer no balcão, para quem está sozinho. É um lugar para provar todos os frutos do mar possíveis! O ceviche não deu tempo de fotografar, avançamos. Abaixo, a degustação de “causas”. Não deixe de provar os pratos quentinhos, como as paellas. Neste restaurante comemos a melhor sobremesa da viagem, um arroz con leche – guarde um espacinho para os doces. O la Mar uma filial em Buenos Aires, que ainda não conheço.
Astrid y Gastón – caro
Vão me matar, mas eu vou dizer: este não foi o melhor restaurante que eu fui em Lima. Pronto. Voltei metida. Mas para revista britânica “Restaurant”, que faz a lista mais importante e reconhecida no setor, ele está na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. O Astrid y Gastón ficou com a 14a posição no mundo e a 3a na América Latina. O chef da casa é Diego Muñoz e o restaurante fica na badalada Casa Moreyra, um casarão do século XVII, recentemente restaurado. Não é preciso pedir milhares de passos, se pode comer a la carte, mas eu acho que o menu vale mais a pena. Não pedi e me arrependi. Reservas aqui.
Maido – caro
Eu sempre torci o nariz para essa história de “experiência gastronômica”, me parecia uma artimanha para te cobrarem mais caro, só isso. Mas confesso: mudei de opinião. Saí de quatro deste lugar, amei tudo! O Maido, do chef Mitsuharu Tsumura, está em 5º lugar entre os melhores restaurantes da América Latina. A casa oferece uma mistura da comida japonesa (nikkei), com a peruana clássica e de selva. É uma experiência sensorial – com comidas de diferentes texturas e temperaturas. Você pode pedir pratos da carta ou encarar o menu de 10 passos ou de 17 passos – inclusive o específico com ingredientes da Amazônia. Se der, peça para chef fazer um menú especial para você, na hora. Foi também o nosso melhor atendimento também, disparado. Eles te mimam. Reservas aqui.
As dicas do chef Mitsuharu Tsumura
O chef Mitsuharu Tsumura preparou uma listinha de restaurantes de Lima, especial para os leitores do Aquí me Quedo.
Amaz – para provar comoda “de selva”, receitas amazônicas
La Panchita – criolla, comida tradicional de Lima e sul do Perú
Fiesta – para provar os sabores do norte do país, como o arroz com pato
La Picanteria – para ceviches e “picantes”
Isolina – bien criollo: tortilla de “cérebro”, mondongo, moelas
Madam Tusand – é um “Chifa”, mescla de comida peruana com chinesa
Rafael Osterling – comida mediterrânea e pescados
Olá, pretendo ir ao Peru em agosto e gostaria muito de me aventurar em algum desses restaurantes gastronômicos. Quanto se paga pelo menu de 10 e 17 passos no restaurante Maido?
Um abraço,
Regina
Oi Regina, eu não lembro mais. Mas vc pode escrever para eles reservas@maido.pe, que eles te respondem e mandam até o cardápio. Beijo e boa viagem.