Luca Prodan, Time-Fate-Love

luca prodan
Luca Prodan fachada casa

Alsina 451, lugar onde viveu até sua morte

Luca Prodan era uma mescla de Cazuza com Sex Pistols, que descobri tardiamente depois de vir morar em Buenos Aires. Ele faria 63 anos esta semana, em 17 de maio.

 

Luca Prodan nasceu em Roma, em 1953, e se criou na Escócia. Nos anos 70 se mudou para Londres, onde trabalhou para a EMI e participou das origens do movimento punk.  Em 1981, aceitou o convite de um amigo que morava perto de Córdoba, e veio viver em Mina Clavero, sem falar nenhuma palavra em espanhol.

Desembarcou nesta pequena cidade do interior da Argentina com quase cem discos de Joy Division, The Cure, The Buzzcoks e Sex Pistols.

O objetivo da mudança era deixar a heroína, da qual era dependente, e recuperar-se do suicídio da irmã. Mas isso só podia terminar em rock, né? Mais: ele acabou formando a banda que definiria o rock nacional.

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Com o irmão Andrea, ainda adolescente

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Objetos da mostra El Sonido y La Furia

Em pouco tempo ele estava em Buenos Aires, onde se juntou a Germán Daffunchio e Alejandro Sokol primeiro, e a Diego Arnedo, Roberto Petinatto, Ricardo Mollo e Alberto Troglio mais tarde, para compor a emblemática Sumo.  Depois, a banda se dissolveu e deu origem a outros dois gigantes, Divididos e Las Pelotas.

Foi uma passagem relâmpago por este planetinha.

No dia 20 de dezembro de 1987 Luca Prodan fez seu último show, no Club Atlético Los Andes. Algumas testemunhos declararam que ele teria dito “ahí va la última“, antes de cantar “Fuck you”. Prodan foi encontrado morto dois dias depois.Segundo os médicos, havia morrido de cirrose, existem ainda outras versões, como ataque cardíaco e mesmo overdose.

Eu não conhecia bem a historia de Luca Prodan até ver o DVD Luca, de Rodrigo Espina, numa noite e verão, no parque de Palermo (está na íntegra, abaixo). Saí super impactada. Tinha descoberto o Cazuza de Buenos Aires.  

Depois, o fui conhecendo aos poucos, especialmente com a mostra Luca: El sonido y la furia, no Museo del Libro y de la Lengua (coladinho à Biblioteca Nacional) e fiquei mais apaixonada.

luca prodan divulgação

Foto da mostra El sonida y la furia

A exposição reuniu discos, roupas, cartas e outros objetos. Tinha até os discos dos Sex Pistols que ele trouxe de Londres (e que – dizem – roubava da Virgin Records) e fotos de quando Luca era bebê, junto aos pais, ou num caríssimo internato escocês, onde integrou a banda de gaitas e estudou trompete.

Hoje,  acordei escutando Luca, um pouco atrasada porque o aniversário foi há dois dias. Não importa. Aumenta o som e escuta este disco – primeiro álbum, completo.

Os discos

Foram apenas três discos com o Sumo , além de um primeiro registro informal do grupo, chamado Corpiños en la madrugada“, gravado em fita de cassette e com distribuição limitada .

Em 1985 eles gravaram seu primeiro disco “oficial” , chamados “Divididos por la Felicidad“, uma brincadeira com o nome do grupo Joy Division, grande influencia de Prodan. O principal hit do albúm foi “La rubia tarada”.

O segundo disco, “Llegando los Monos” foi gravado em 1986, com influencias de ska e hardcore, mas sem abandonar a estética post punk. Entre as músicas clássicas deste álbuns estão “Estallando desde el océano”, “El ojo blindado” e “Nextweek”. Deste disco saiu ainda o hit “Los viejos vinagres”.

Em 1987 o Sumo gravou o terceiro e último disco: “After Chabón“.

Abaixo, o trailer do filme sobre ele e o filme completo.

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