O bandoneón é um instrumento muito complexo, que chegou na Argentina com os imigrantes. Para começar a semana, pinçamos cinco trabalhos que mostram toda sua riqueza e ampliam o nosso conhecimento sobre músicos argentinos.
Estou aprendendo coisas muito lindas no curso Tango: Genealogia Política e História, e aproveito para compartilhar algumas com vocês. Semana passada, conduzidos por Gustavo Varella conversamos sobre a história do bandoneón e as dificuldades de sua execução.
Primeiro, o músico não vê as teclas! Depois, as notas não estão ordenadas em forma cromática, como no piano, e a ordem não obedece nenhuma lógica. Nunca tinha pensado nisso.
Mais: o som que o bandoneón emite é diferente quando o instrumento está abrindo ou fechando, o que obriga o executante a conhecer quatro teclados diferentes – dois para mão esquerda, um abrindo e outro fechando, e dois para a direita. Para complicar um poquito más, a quantidade de teclas não é a mesma em todos os bandoneóns. O estândar é 71 teclas, mas há instrumentos com mais e com menos.
Conto tudo isso para que vocês possam apreciar ainda mais o que segue abaixo. São quatro interpretações de bandoneón solo (ou seja, sem acompanhamento), em duo ou individuais, e uma com acompanhamento.
Para começar um dos duos mais famosos do tango Troillo-Piazzolla, nesta interpretação magistral de Volver. Um clássico. Feche os olhos e escute esta “conversa”.
Seguimos com uma versão muito pessoal de Walter Rios para o clássico Adiós Nonino, obra clássica de Piazzolla. Aqui, ele a interpreta com o próprio bandoneón do mestre.
E agora comparem com a versão de Rodolfo Mederos. Quantas interpretações possíves.
Esse não é um solo, mas tá tão lindo que vai assim mesmo. Alfonsina y el Mar, por Dino Saluzzi e Anders Jormin.
Terminamos com a novíssima geração. Com vocês, Tomi Lebrero.