Segredinho do Microcentro: a Bolsa de Comércio

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A Bolsa de Comércio fica no miolinho de Buenos Aires, num prédio espetacular de 1916, o Palácio Bursátil. Além de visitas guiadas e exposições, tem um segredo: shows gratuitos no fim de tarde da sexta-feira.

 

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Para que tenham uma ideia da dimensão do Palácio

 

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Todas as fotos são da imprensa da Bolsa de Comércio

Mercúrio. Todas as fotos são de divulgação da Bolsa de Comércio

Mercúrio

Quem passa na correria pelo Microcentro portenho às vezes nem repara na “belezura” dos prédios desta região.

Um deles é o Palacio Bursátil (Sarmiento 299), onde funciona a Bolsa de Comércio, o que seria a nossa Bolsa de Valores. Minha sugestão é que você o descubra numa sexta-feira, aproveitando visita guiada que acontece às 16h15 e emendando com o show da semana, às 18h30.

No caso de hoje da Orquestra de Tango Emílio Balcarce (leia mais abaixo).  

O palácio foi idealizado por Alejandro Christophersen e inaugurado em 12 de jullho de 1916. Abrigou durante quase 70 anos  todas as operações da bolsa.

Cada cantinho nos dá pistas de como eram feitas as transações comerciais de “antanho”, como os antigos  painéis e a sala principal de reuniões, mas também nos boquiabertas com a opulência da época.

Lição de história: numa casa da família do general José de San Martín, na rua San Martín 118, foram feitas as primeiras transações em “onças de ouro”. Esta atividade seguiu até a crise de 1890 e, já em 1856, começar a ser negociadas ações de sociedades anônimas.

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O chamado “Recinto Viejo”

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Escada principal com tela que retrata Cleópatra e Marco Polo

Alguns dos destaques da Bolsa de Comércio

Portas de bronze (Talleres Zamboni, 1916): pesam cinco toneladas e foram feitas nas oficinas dirigidas pelo imigrante italiano Silvestre Zamboni e seus filhos.

Farol e artefatos elétricos (Talleres Étienne y Durand, 1916): Sobre desenhos do arquiteto espanhol Alejandro Christophersen, os mestres argentinos de Étienne e Durand fizeram este obra, com capacidade para 2.000 velas (lâmpadas).

Esculturas de mármore de Carrara (Siglo XIX): Em cada ponta da nave central do edifício estão as obras que representam “As  quatro estações”. Depois, há dois outras esculturas em mármore, de “Melpomene” e de “Mercurio” (esta última idêntica a que está no  Jardim de Monforte, na cidade de Valência, Espanha).

Pizarras (1916-1984): Em outubro de 1984 o recinto de operações da Bolsa foi levado para a Av. 25 de Mayo, 359 e, com esta mudança, os antigos painéis foram trocados por outros mais modernos. Anteriormente, como no Brasil, eram os aqui chamados de “pizarreros” que detalhavam as operações em viva voz.

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Todas as fotos são de divulgação da Bolsa de Comércio

Vitrais: O trabalho, realizado pelo artista catalão Amadeo Vilella, recria o diálogo de Zeus com seu filho Hermes. Supervisionada por Alejandro Christophersen, a obra é emblemática, especialmente porque está ali todos os elementos que compõem a figura de Hermes/Mercurio, imagem institucional da Bolsa em função de sua simbologia associada ao comercio e, em particular, ao mundo acionário.

“Marco Antonio e Cleopatra” (Bruxelas, Século XVI): Na parede em frente à Escada de Honra está uma tapeçaria que representa a cena na qual Cleopatra recebe a Marco Antonio nos pátios do Palácio de Alexandria.

 

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Mesa de negócios

Concertos gratuitos

Desde 1980 a Bolsa de Comércio oferece shows gratuitos, abertos ao público em geral, todos as sextas-feiras, de março a novembro. Os concertos são no salão onde antes eram feitas as operações a viva voz, com excelente acústica. Confira a agenda AQUI. 

O show de hoje, 29 de julho de 2016, é da excelente Orquestra de Tango Emílio Balcarce, especialista nos tangos dos anos 40 e 50, como  os das orquestras de Aníbal Troilo, Horacio Salgán e Carlos Di Sarli. A direção estará a cargo do maestro Víctor Lavallén, legendário bandoneonista e arranjadora da orquestra de Osvaldo Pugliese por mais de de dez anos.

Im-per-di-ble.

Endereço: Sarmiento 299

Sítio web: http://www.bcba.sba.com.ar/

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