Música brasileira made in Argentina, de “corazao”

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Chorinho, samba de raiz, maxixe, pagode. São mais de 10 os grupos de argentinos apaixonados pela música brasileira e que cantam (quase) sem sotaque. As gafieiras também estão em alta.

No palco, um grupo toca choro de raiz, com pandeiro, cavaquinho, violão de sete cordas. Na pista, casais executam passos como “puladinho”, “redinha” e “aproveita”. Dava até para dizer que a festa era no Rio de Janeiro, não fosse o requebrado aprendiz dos hermanos e o leve sotaque dos cantores, lá no fundinho (nem sempre, mas às vezes).

A proposta faz parte de um movimento de re-descoberta dos ritmos brasileiros na Argentina, só que de um jeito diferente. Agora não basta mais somente escutá-los. Os argentinos querem aprender como é que faz – na música e na dança.

Camisa Amarela, Virou Samba, Mão na Roda,  Estación Primera de Lanús, Cafundó, Malandragem, A Saideira, Pandeirantes, Circo Voador, Falsos Baianos e Carinhosos da Garrafa, Sem falar nos clubes de choro de La Plata e Buenos Aires. 

Descubra neste post alguns dos grupos que fazem sucesso por aqui, além de dois espaços para dançar: o Quartas de Gafieira e o Gafieira BA.

 

Camisa Amarela

É uma das agrupações mais novas, surgida na cidade de La Plata, onde o chorinho é fortíssimo. “O município tem inclusive um clube de choro e samba e rodas consolidadas”, conta Gabriel Rocha Pitta, um dos dois brasileiros “infiltrados” no grupo argentino. O Camisa Amarela é formado por seis músicos especializados em “choro regional brasileiro”.

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Foto Camisa Amarela/Divulgação

É Gabriel quem explica: “Regional é a formação clássica do choro (pandeiro, flauta, bandolim, cavaco, violão de seis e de sete, podendo ter uma sanfona, ou algum outro instrumento como trombone, ou percussão), que na época de ouro do rádio funcionou de banda de apoio para diversos cantores. O mais famoso foi o regional do canhoto”.

Esse mineiro-carioca chegou a Buenos Aires em 2009 para visitar um amigo e nunca mais voltou. É professor de música na Orquestra Escola de Berisso e um dos referentes do choro em Buenos Aires. Confira a agenda do Camisa Amarela AQUI.

 

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Foto Gafieira BA/Divulgação

Gafieira BA

Música ao vivo e aulas de gafieira todas às sextas-feiras no Bar Quetzal, em Palermo. A gente foi, aprendeu o passo básico e mandou ver. Adoramos os profes e a noite, animada pelo Camisa Amarela! Confere os detalhes do lugar e a agenda AQUI. 

Virou Samba

O Virou Samba  toca samba brasileiro das antigas todas as semanas no “Quartas de Gafieira”, que busca recriar o clima dos salões de baile cariocas de meados do século XX.

O clima é super retrô.

Samba Canção, samba de breque, choros e sambas “amaxixados” de época, popularizados por artistas como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Francisco Alves, Noel Rosa e Ismael Silva, entre outros. Confira a agenda do Virou Samba – que toca também em outros lugares –  AQUI.

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Foto Laura Szenkirman

Na quarta, o balacobaco começa às 21h, pontual, com aula de baile a cargo do mestre Claudio de Oliveira (diretor de escola de danas Balaio), seguida de prática com música ao vivo a partir das 22h30. O Quartas de Samba é na “La casa del Sr Duncan”, na Av. Rivadavia 3832, em Almagro.

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Aulas para todos os níveis, no Sr. Duncan.

Club de Choro de Buenos Aires

O Club de Choro de Buenos Aires é um coletivo de músicos reunidos com o objetivo de tocar, estudar, compor e difundir esta música tão representativa do Brasil. O formato é de “roda”, como tem que ser, em distintos pontos da cidade.  Atualmente eles tocam todos os primeiros domingos do mês, das 18h às 21h, no Açaí Brasil (Serrano 1444 – Palermo). Confiram a agenda AQUI.

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Foto Club de Choro/Divulgação

Club  Choro e Samba de La Plata

Eles tocam em diferentes bares da cidade de La Plata, uma das mais “choronas” da Argentina. Atualmente estão nas Confiram a agenda no Facebook.

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Foto Club do Samba e Choro de La Plata/Divulgação

Mão na Roda

Também especializado em chorinho, vem com pandeiro, violão de sete cordas, flauta, cavaquinho e bandolim. Escutem essa delícia, por favor! E confiram a agenda do Mão na Roda no Facebook. 

 

Estación Primera de Lanus

No domingo passado a bateria da Mangueira tocou em Buenos Aires, mas quem levantou a galera primeiro foi a Estación Primera de Lanús, a “minha” escola de samba na Argentina. Eles surgiram em 2008, e batizaram o grupo em homenagem à escola carioca e também ao lugar onde ensaiavam, uma estação de trem da cidade de Lanús, a 20 minutos de Buenos Aires.  O símbolo da escola é um trem, que supostamente chega a Lanús vindo da Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Acompanhe o grupo e os ensaios pela página oficial deles no Facebook.

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Foto Phanita da Silva

Cafundó

O Cafundó é um fenômeno em Buenos Aires. É um grupo de percussão que existe desde 2008 e trabalha dois espetáculos. O tradicional, com o bloco de percussão tocando entre as pessoas diferentes ritmos, tanto folclóricos como modernos e fusões, e o  show “Cafundó + 10 Orquestra”, no qual a banda se une a um grupo de sopros e desenvolve música própria, num total de 27 músicos no papel. Eles também dão aulas de percussão e já tocaram no carnaval de Salvador! Outras informações AQUI ou em Facebook. 

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Foto Ariel Jacobsen

Malandragem

Gente, são 15 anos de puro samba!

Um dos grupos de música brasileira mais conhecidos na cidade, o Malandragem, é formado por onze músicos apaixonados pelo samba. Eles já gravaram dois discos, com um repertório que inclui Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho e Dudu Nobre, e vivem na ponte aérea Bue-Lapa.

O Malandragem já tocou, inclusive, com Teresa Cristina e com a Velha Guarda da Portela quando estes passaram por Buenos Aires. Cavaquinho, violão de sete cordas, banjo, repique de mão, pandeiro, ganzá, reco-reco, cuíca. Os meninos têm tudo. E mais, têm um fã clube já considerável, que os segue por todo o lado. Eles têm tocado aos domingos no bar El Benny, em Palermo, a partir das 18h, mas confira a agenda no Facebook antes de sair de casa.

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Foto Facebook Malandragem

 

A Saideira

A Saideira – orquestra de música popular latino-americana – traça um arco que vai desde os primeiros clássicos da MPB, como Ary Barroso, até Hermeto Pascoal e Chico Buarque. São 16 músicos e convidados, que tocam juntos desde 2009, inspirados nas orquestras de sopros.

Desde 2015 eles estão com repertório novo, sob a direção de Javier Mareco, agora incluindo outros sons latino-amerixanos, como o joropo venezolano, a cumbia colombiana e o uruguaia candombe. Confira a agenda de A Saidera AQUI.

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Foto A Saidera/Divulgação

 

Pandeirantes

Seis músicos, três pandeiros e este som que vocês conferem abaixo. Agenda AQUI. Em outubro estarão no Vuela el Pez.

 

Circo Voador

Estes sexteto, criado em 2012, faz viagem pela Bossa Nova e o samba. E se apresentam no próximo dia 23 de setembro na La Casa del Árbol. Conheça mais o  grupo AQUI. 

Falsos Baianos

Os Falsos Baianos surgiram em 2009, a partir dos irmãos Víctor e Esteban Sabanes, que no começo escutavam e tocavam  bossa nova e música popular brasileira (MPB), influenciados por  Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Vinicius  de Moraes e muitos outros. Com o tempo, começaram a escutar samba .Não pararam nunca mais. Acompanhe a agenda do grupo AQUI. 

Falsos Baianos

Falsos Baianos

Carinhosos da Garrafa

Amo o nome desta banda, que também é de La Plata! São nove componentes, sendo uma voz feminina (eba!): Marina di Bastiano. Eles têm tocado ultimamente num bar hamado El Rincón.  Confiram a agenda e os detalhes da banda AQUI. 

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