Tango Hembra: primeiro festival feminista de tango

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Tango Hembra, primeiro festival feminista de tango, acontece nos dias 9 e 10 de março de 2019, em Buenos Aires. O evento – que chega em “buenísima” hora – reúne músicas, cantoras, comunicadoras, bailarinas, pesquisadoras e gestoras da cena cultural do tango. Dois espaços vão concentrar as atividades, o Centro Cultural Oliverio Girondo, em Villa Crespo, e o Galpón B, em San Cristóbal.  Palestras, debates, aulas com intercâmbio de roles, milonga e muita música ao vivo, “por supuesto”.

O Tango Hembra chega para valorizar e chamar a atenção para a grande produção das mulheres no gênero. “Em uma área que historicamente os homens têm sido hegemônicos, nos chama o desejo de reverter essa realidade e construir um espaço mais igualitário e inclusiva para as mulheres”, destacam as organizadoras.

Também na pauta, um tema que ganhou relevância no ano passado, o machismo e a violência no tango em seus diversos ambientes. Dêem só uma espiada no vídeo abaixo, que reúne fragmentos de tangos machistas e provocadores da violência contra a mulher.

O tema já estava na pauta há alguns anos, mas foi em 2018, durante o #8M, que as tangueiras marcharam juntas pela primeira vez.  A partir daí, criaram o Movimento Feminista de Tango, que recebe denúncias de violência e estimula uma série de alterações em códigos milongueiros (aqueles que – em nome da “tradição” – estigmatizam e subordinam o gênero feminino).

No ano passado, muitas das mulheres que participam do Tango Hembra já se haviam reunido para um concerto coletivo, lideradas por Marisa Vázquez. “O fato de sermos tantas pensando o mesmo, com as nossas diferenças, nos posiciona em outro lugar. É muito bom que nos vejam. Já não somos duas loucas que reclamamos espaço. Somos muitas”, disse Vázquez ao La Nación. Leia matéria completa AQUI.

#8m – Por um tango sem machismo e sem violência 

Mudar a mentalidade no meio tangueiro é um trabalho lento. Mas se começa a notar uma nova maneira de construir laços entre dançarinos. Há muitos espaços gerenciados por mulheres, muitas aulas e oficinas para aprender os dois papéis da dança e várias milongas tornam esses códigos tradicionais obsoletos no tempo. Embora o terreno fértil e o fermento para essas mudanças sejam um fato, a verdade é que no tango as mulheres ainda são relegadas e a luta é longa e diária.

8m movimento feminista de tango cartaz

PROGRAMAÇÃO TANGO HEMBRA

Sábado 9 de março

Centro Cultural Oliverio Girondo

Vera 574, CABA

18h: Bate-papo com  Mercedes Liska.

19h: Práctica de tango con intercambio de roles.

20h30: Apertura Festival. Invitada especial Susana Rinaldi.

A partir das 21h: Música ao vivo.

– Analía Goldberg Cuarteto

– Patricia Malanca

– Lucrecia Merico

– Marta Pizzo (Poesía)

– Las Chifladas

– Julieta Fernández

– Paola Fontana

– Las Orillas

– Claudia Levy

– Eleonora Barletta

– Carolina Winograd

– Victoria Di Raimondo

– La Rantifusa

PROGRAMAÇÃO TANGO HEMBRA

Domingo 10 de março

Galpón B

Cochabamba 2536, CABA

18h: Charla informativa sobre Ley de cupo femenino en festivales y escenarios, con Celsa Mel Gowland.

19h: Práctica de tango con intercambio de roles.

A partir das 21h: Música ao vivo. Apresentadora Mariana Fossati.

– La Vagabunda

– Natalia Bril- Ana Stamponi- Gabriela Novaro

– Coni Banús (Poesía)

– Flor Ubertalli y Aldana Bozzo

– Noelia Sinkunas

– El Motín

– Mirta Álvarez

– Vivi Verri

– Marisa Vázquez

– Lidia Borda

– Las Cuarenta

 

Aqui um tango que adoro, Con Gusto a Vino, de Nico Perez. Está no disco Almagro Tango, de Ana Sofía Stamponi, uma das participantes do Tango Hembra.

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