Muitos brasileiros residentes em Buenos Aires pisaram pela primeira vez no Centro Cultural Brasil-Argentina (CCBA) no mês passado, para votar. Foi o meu caso!
Uma visita vapt-vupt, mas que durou o suficiente para despertar minha curiosidade sobre este lugar que completou um ano recentemente e já é um referência de cultura brasileira na capital argentina.
Abaixo, um pingue-pongue com o diretor do CCBA e diplomata da Embaixada do Brasil, Aurimar Nunes.
Um piauiense que, entre outras tarefas, foi responsável pela reforma da embaixada brasileira em Roma e, mais recentemente, por recriar o Centro Cultural em Buenos Aires.
O CCBA ocupa um prédio de cinco andares na Avenida Belgrano, 552. A sede foi totalmente reformada para abrigar salas de aula, espaços para conferências, shows, exposições e ainda uma biblioteca e videoteca com mais de 20 mil exemplares, aberta ao público em geral.
1. O que é o CCBA?
O CCBA é um braço da Embaixada do Brasil dedicado a difundir a cultura brasileira, ensinar o português e estreitar os laços culturais com os “hermanos”.
De um lado, oferece o Curso pra Formação de Professores de Português para Estrangeiros (de quatro anos e aprovado pelo Ministério da Educação), aulas de português para instituições argentinas, como Ministério da Defesa e Congresso Nacional, e ainda cursos para qualquer pessoa que queira aprender o idioma, na sede do instituto. Atualmente, são ao redor de 500 alunos, com aulas entre as 8h30 e 21h. Confiram os horários neste link.
O CCBA também é uma das instituições responsáveis por aplicar o CELPE-Brasil, Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros, desenvolvido e outorgado pelo Ministério da Educação do Brasil e o único reconhecido oficialmente no país.
2. Esse curso de professores é só para Argentinos?
Não. Qualquer pessoa pode se inscrever. Temos o orgulho de ter o melhor grupo de professores de português da cidade, selecionados em provas duríssimas! São 13 professores fixos, além de duas coordenadores (uma brasileira e uma argentina) e uma reitora.
3. Como é a atuação do CCBA na área cultural?
Uma coisa bacana de trabalhar na Argentina é que não estamos falando para um país distante, que não conhece nada do Brasil. É um país irmão. Dessa forma, nosso trabalho é mais de intercâmbio que de difusão. A agenda cultural está super intensa.
Esta semana, por exemplo, temos dois projetos interessantes na casa.
Amanhã participamos da mostra de “Cine Documentário DOCA 2014”, com uma “Homenagem a Eduardo Coutinho”.
Será realizada uma mesa de debates especial, com Sebastián Russo, Juan Ciucci e Pablo Russo, organizadores de um livro sobre o genial documentarista brasileiro, que inaugura a série “Tierra en Trance” da Editora Nulú Bonsai. O evento será aberto ao público, às 18h30.
Depois, dia 6, às 19h, o lançamento a Coleção “Nomadismos”, da editorial Manantial, que se propõe a divulgar o pensamento e a escrita de alguns nomes da vanguarda brasileira. Os três primeiros livros são El método documental, de Ana Cristina Cesar, seguido por Materialismos, de Hélio Oiticica, e agora Diário-Boceto, de Oscar Niemeyer.
Estamos neste ritmo! Estão todos convidados.
4. Mais algum projeto até o final do ano?
Uma das iniciativas que temos permanente, por exemplo, são oficinas de português como língua de herança para crianças, filhas de brasileiros que vivem na Argentina. E outra novidade é a apresentação do grupo pernambucano de jazz, Saracotia. Formado pelos músicos Rafael Marques (bandolim de 10 cordas), Rodrigo Samico (violão de 7 cordas) e Márcio Silva (bateria), apresenta diversos gêneros musicais, em composições próprias.
5. Como está a agenda de 2015?
Dia 4 der novembro (amanhã) lançamos uma chamada pública para apresentação de projetos culturais para 2015. Literatura, música, artes plásticas, performances e outros. Ou seja, artistas que queiram aliar-se a este espaço ano que vem podem se inscrever a partir de agora. O formulário para apresentação de projetos para realização de atividades culturais no CCBA pode ser acessado no site: http://ccba.itamaraty.gov.br/pt-br/Main.xml
Outra meta é o lançamento de uma coleção de material didático, que estamos preparando.
Por fi, um sonho pessoal: trazer para Buenos Aires o músico João Barone, baterista do grupo Paralamas do Sucesso e aficionado por assuntos da Segunda Guerra Mundial, que escreveu um livro sobre a participação do Brasil no conflito. Filho de um dos mais de 25 mil pracinhas que lutaram na Itália, Barone dirige sua pesquisa pelo passado do pai e do país para unir dados, curiosidades e histórias emocionantes de uma campanha incrível que muitas vezes o próprio brasileiro desconhece.
JAzz en bandolim, nunca escuché…
Gracias al ccba estoy aprendiendo portugues. Amo falar com vocês
Oi LOren! Agora você pode aprender aqui no blog também! Bienvenida!