Visita imprescindível em Lima: o LUM, Lugar de la Memoria, la Tolerancia y la Inclusión Social.
Cerca de 70 mil pessoas morreram no Perú durante os anos de violência no país, entre 1980 e 2000, quando os grupos terroristas Sendero Luminoso e Movimiento Revolucionario Túpac Amaru (MRTA) se enfrentaram com o estado peruano. Os números são da Comisión de la Verdad y Reconciliación – e representam o dobro de mortes registradas na Argentina na época última da ditadura militar. É muita gente!
Esta história está contada de uma maneira muito interessante no LUM – Lugar de la Memoria, la Tolerancia y la Inclusión Social. Reserve pelo menos umas duas horas para visitá-lo. Eu não sabia da existência deste espaço, que fica em Miralores, de cara para o mar – praticamente ignorado nas matérias sobre turismo em Lima.
Para começa, o próprio projeto arquitetônico é espetacular. Cliquem nas fotos para vê-las em tamanho grande.
A mostra permanente se divide em três eixos temáticos, um por andar. Começa com as raízes universitárias do Sendero Luminoso, e como o movimento foi se transformando, segue com a forma com que o Estado lutou contra o terrorismo (quase sempre com mais violência) e termina com a organização da sociedade civil. Pessoalmente, acho que o museu pega meio leve com os anos de Alberto Fijimori no poder, uma época de muita opressão e impunidade. Tudo muito recente.
A primeira parte mostra três lugares muito significativoss: Uchuraccay (onde assassinaram mais de 125 pessoaos, sendo oito jornalistas), Putis (onde membros das Forças Armadas mataram 123 pessoas, sendo 19 crianças) o povoado de Asháninka, dizimado (estima-se em que mais de 6.000 asháninkas foram assassinados).
Os relatos são terríveis. Recomendo que todos tomem um tempo para escutar estas histórias.
Por fim, o LUM tem um enorme Centro de Documentação, com centenas de arquivos, áudios e fotos, que podem ser consultados pela população.
Outras informações: http://lum.cultura.pe/
Facebook LUM: https://www.facebook.com/LUMoficial