Lima: espaço LUM, para entender os tempos de terrorismo

lum museus de lima fachada

Visita imprescindível em Lima: o LUM, Lugar de la Memoria, la Tolerancia y la Inclusión Social.

LUM museus de Lima

Uma sala, todas as pessoas: 18 relatos devastadores

 

Cerca de 70 mil pessoas morreram no Perú durante os anos de violência no país, entre 1980 e 2000, quando os grupos terroristas Sendero Luminoso e Movimiento Revolucionario Túpac Amaru (MRTA) se enfrentaram com o estado peruano. Os números são da Comisión de la Verdad y Reconciliacióne representam o dobro de mortes registradas na Argentina na época última da ditadura militar. É muita gente!

Esta história está contada de uma maneira muito interessante no LUM –  Lugar de la Memoria, la Tolerancia y la Inclusión Social. Reserve pelo menos umas duas horas para visitá-lo. Eu não sabia da existência deste espaço, que fica em Miralores, de cara para o mar – praticamente ignorado nas matérias sobre turismo em Lima.

Para começa, o próprio projeto arquitetônico é espetacular. Cliquem nas fotos para vê-las em tamanho grande.

LUM lima projeto arquitetura 2

Encravado na rocha, olhando o mar

LUM museus de lima projeto arquitetura

Três andares

A mostra permanente se divide em três eixos temáticos, um por andar. Começa com as raízes  universitárias do Sendero Luminoso, e como o movimento foi se transformando, segue com a forma com que o Estado lutou contra o terrorismo (quase sempre com mais violência) e termina com a organização da sociedade civil. Pessoalmente, acho que o museu pega meio leve com os anos de Alberto Fijimori no poder, uma época de muita opressão e impunidade. Tudo muito recente.

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Os oito jornalistas mortos

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…no povoado de Ichuraccay

A primeira parte mostra três lugares muito significativoss: Uchuraccay (onde assassinaram mais de 125 pessoaos, sendo oito jornalistas), Putis (onde membros das Forças Armadas mataram 123 pessoas, sendo 19 crianças) o povoado de Asháninka, dizimado (estima-se em que mais de 6.000 asháninkas foram assassinados).

Os relatos são terríveis. Recomendo que todos tomem um tempo para escutar estas histórias.

Confira a Linha do Tempo. 

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Diferentes comunidades do interior foram afetadas

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“Os senderistas cortavam os seios e introduziam facas na vaginas das mulheres ‘infiéis’ a seus maridos”

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Esta instalação nos permite descobrir os álbuns fotográficos dos mortos

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E alguns de seus objetos pessoais

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Linha do tempo mostra a organização da sociedade civil

 

Por fim, o LUM tem um enorme Centro de Documentação, com centenas de arquivos, áudios e fotos, que podem ser consultados pela população.

Outras informações: http://lum.cultura.pe/

Facebook LUMhttps://www.facebook.com/LUMoficial

 

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