El Baile

 

Põe o dedo aqui ♥ quem viu e adorou o filme O Baile, de Ettore Scola, de 1983, que conta 50 anos da história da França em um salão de baile. Pois bem, imaginem este desafio transposto para a Argentina e a mega façanha de “bailar” insurreições militares, hiperinflações, saqueios, mobilizações massivas, mudanças abruptas de governos, crises terminais, ressurreições.

Esta é a ideia do espetáculo El Baile, que estreia em setembro no Teatro San Martin, com coreografia de Mathilde Monnier e elenco de 12 bailarinos selecionados cuidadosamente em Buenos Aires.

el baile

El Baile – todas as fotos são de divulgação

Antes de sair corrrendo para comprar as entradas, dois outros detalhes de luxo: Alan Pauls assina a obra, ao lado de Mathilde, com assessoria musical de Sergio Pujol. Ohmygod!

A trilha sonora do espetáculo traz Charly Garcia, a banda indie El Mató A Un Policia Motorizado, mas também tangos e folclore. Segundo o texto de apresentação da obra, “a música do espetáculo mescla clássicos com sons contemporâneos, novidades com hinos marciais, hits de rádio com canções de infância, baladas baratas com zambas poéticas”.

Também estão na equipe Nicolas Roux, diretor adjunto no famoso teatro Le Quai de Angers e Veronique Timsit, dramaturga. A estreia mundial foi em Paris, em julho deste ano.

Fragmento de divulgação de El Baile na França:

Na verdade, a obra não é baseada no filme e sim no espetáculo Le Bal, anterior a este, que teve ideia e direção de Jean-Claude Penchenat, fonte de inspiração também para o cineasta. A montagem de agora segue, mais ou menos, os princípios do espetáculo original: o salão de baile como situação de base, uma certa proibição de falar e o desejo de colocar em cena a história recente de um país através de corpos em movimento.

Mas como narrar em noventa minutos de dança a história de um país assim, “espasmódico, errático, efervescente, onde as coisas não passam e sim voltam, uma e outra vez, como fantasmas ou pesadelos”?, se perguntaram os autores. A respostas, dizem, está numa narrativa não linear, e sim cheia de caídas e sobrevidas históricas. Tudo acontece ao mesmo tempo, o tempo todo. A História está como se pode ver e sentir diariamente nas ruas argentinas: em fragmentos, com uma paisagem em ruínas.

“En el centro de ese teatro de escombros, dos tótems de la argentinidad: la carne y el tango. La carne, dieta patria, pilar de una cultura marcada desde el origen por la sangre, el sacrificio, la matanza. Y el tango, ADN musical que anuda pasión y pérdida y exaspera hasta la parodia sus estereotipos sexistas. No se trata de “representar” la Historia. Se trata de convocarla y dejar que aceche, que pese, que caiga sobre la obra y se ejerza sobre los cuerpos mismos de los intérpretes, impulsándolos, agobiándolos, exaltándolos, atormentándolos, como una fuerza que modela y destruye, que enciende y extingue”. 

Fragmento da audição de El Baile, em Buenos Aires

Elenco:

Martín Gil, Lucas Lagomarsino, Samanta Leder, Pablo Lugones, Ari Lutzker, Carmen Pereiro Numer, Valeria Polorena, Lucía García Pulles, Celia Argüello Rena, Delfina Thiel, Florencia Vecino, Daniel Wendler

Serviço:

As entradas custam 250,00. De quinta a domingo, 20h. Última apresentação em 30 de setembro. Outras informações no Teatro San Martin.

 

Leia outros textos sobre dança no Aquí me Quedo 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *