O Dance Tango tem um desafio que não é pequeno: ganhar mercado para o tango em Fortaleza, uma cidade dominada pelo forró! Mas aos pouquinhos, e com muito profissionalismo, a dança argentina vem ganhando adeptos, e não somente na capital do Ceará, mas também em outras partes do Nordeste. Quem diria!
O projeto é encabeçado pelo Cleidson Diniz e pela Bel Miranda, que além de aulas presenciais e online (um pioneirismo no Brasil), se diferenciam pelo uso intenso das redes sociais, especialmente Facebook, You Tube e Instagram.
Nas redes, eles enfocam temas do cotidiano tangueiro, como cabeceio, comportamento, bloqueios, mas também dicas, por exemplo, de como melhorar o equilíbrio, além de várias enquetes sobre temas diversos e, às vezes, polêmicos! Ou seja, eles vão além de ensinar passos, o que é muito bom.
Hoje, o Cleidson Diniz conta para o Aquí me Quedo como surgiu essa ideia.
Entrevista com Dance Tango
Primeiro, contem para a gente quem são vocês e como chegaram ao tango.
Nunca nos conformamos com o que sempre dizem de que “o tango é muito difícil”. Hora, se é um dos ritmos mais praticados do mundo, por pessoas de todas as idades, será realmente tão difícil assim? Por isso o Dance Tango nasceu da idéia de desmistificar isso… de criar um método que torne acessível o tango a qualquer um. Foram muitos anos de estudo, deu bastante trabalho, mas o resultado veio. Hoje, ensinar é o nosso dia a dia, não só para alunos, mas também para formar casais de professores que utilizem esse mesmo método que criamos. Também temos um curso online, que já é um sucesso, e leva essa metodologia para pessoas de todo o Brasil. Uma iniciativa pioneira no país. Confira os detalhes da proposta no site www.dancetango.com.br
Vídeo incrível com 100 passos de tango!
Positiva. Visito muitas cidades e, fazendo uma comparação de hoje com alguns anos atrás, vejo que os brasileiros estão dançando cada vez mais e melhor. Estamos com presença cada vez mais forte no Mundial de Tango. Temos cada vez mais milongas e profissionais trabalhando sério com o Tango. Ainda há muito para evoluir, especialmente no sentido de se aproximar mais do que acontece em Buenos Aires, de ensinar mais aos alunos sobre os Códigos do Tango, a cultura, a teoria sobre as orquestras, dentre outros. Esses pontos que citei são fundamentais, e acredito que ensinar o Tango nunca pode se resumir a ensinar passos. É muito mais que isso.
Milongas para dançar ao ar livre
Vem crescendo lentamente, mas de forma constante. Estamos formando um público muito jovem e isso deu força ao tango daqui. São todos muito apaixonados e assíduos nas milongas, cada vez mais envolvidos com o mundo do gênero. Nossa milonga já ocorre semanalmente há mais de 2 anos, e tem sido um sucesso. Quando falo que vem crescendo lentamente, me refiro outra vez ao ensino. Precisamos de mais profissionais formando alunos do zero, ou seja, desde o básico. Mais turmas regulares, mais gente disposta a investir no tango trazendo gente nova, que nunca dançou antes. Percebo mais milongas abrindo, porém sempre para atender a um mesmo público. A longo prazo isso não funciona. Acredito muito que em poucos anos seremos uma das maiores capitais do tango no Brasil.
Difícil citar apenas uma. Dentro do circuito turístico, ou seja, dentre as milongas mais famosas, sem dúvidas indicamos a Parakultural, por sua tradição, organização, atrações, enfim, indispensável conhecer. Mas gosto também da Milonga Floreal, organizada pelo casal Marcelo Lavergata e Lucila Bardach, mais distante do centro.
Milongas em Buenos Aires: a rota do tango