Juan Carlos Cobián, o tango de smoking

juan carlos cobian

 

Juan Carlos CobiánUm dos destaques tangueiros deste mês de maio em Buenos Aires é um ciclo de shows na Usina del Arte, em La Boca, em homenagem ao maestro e pianista Juan Carlos Cobián.

Talvez vocês não o conheçam de nome, mas certamente conhecem sua obra, que inclui vários tangos hoje clássicos, especialmente os feitos em parceria com Enrique Cadícamo. Entre eles, Nostalgias, Los mareados e Nieblas del Riachuelo, três dos 11 “tangazos” que eles compuseram juntos.

Cobián nasceu em 1896 e ficou conhecido no tango por ser um vanguardista, uma espécie de precursor da escola Decareana, de Julio de Caro, que levaria o tango a ser o furor que foi nos anos 40.

Juan Pablo Navarro, que está organizando o ciclo na Usina, diz que Cobián está à altura de Cole Porter ou George Gershwin.  Era um compositor de Buenos Aires, mas com outros ingredientes, especialmente com uma pegada jazzística adquirida após sua passagem por Nova Iorque nos anos de 1930.

Esse ciclo, além de nos aproximar à obra de Juan Carlos Cobián, traz convidados com outras influências, como Fito Páez, que vai intrepretar Los Mareados com um jeito meio roqueiro. O Proyecto Cobián teve sua primeira apresentação sexta passada (4 de maio) e segue nos dias 11 e 18, na Usina del Arte, cada noite com um convidado diferente. 

 

Juan Carlos Cobián: o tango de smoking

Cobián também foi famosos por seu estilo “bon vivant”.  Se buscarem fotos dele Google, vão ver que Cobián aparece sempre elegante, de smoking, com gravatinha borboleta, bigode bem fininho. Em algumas imagens, com uísque numa mão, cigarro na outra. Gostava de carros caros, viajava muito em cruzeiros transatlanticos, se apaixonava perdidamente.

Não era uma aristocrata, simplesmente vivia como tal. E se o dinheiro não alcançava, dizem que estava disposto a dissolver sua orquestra (e parece que o fez em mais de uma oportunidade), e vender móveis- inclusive o piano – para correr atrás de uma mulher, de um desejo, de uma ilusão.

Juan Carlos Cobián começou a tocar muito cedo, mas foi na década de 1920 que formou seu próprio sexteto, com os bandoneonistas Pedro Maffia e Luis Petrucelli, os violinos de Julio De Caro e Agesilao Ferrazzano, além de Humberto Constanzo no contrabaixo e ele no piano. Esta formação orquestral é considerada uma das mais importantes da história do tango.

Cobián morreu em 1953 aos 57 anos.

Abaixo, uma de suas composições em versão original.

 

O septeto de Juan Pablo Navarro Septeto é um dos principais grupo da cena atual de Buenos Aires. Eles tocam música com raiz tangueira, mas com forte influências do jazz e da música contemporânea. Está integrado por músicos de renome internacional: Nicolás Enrich (bandoneón), Bruno Cavallaro (violino), Sebastián Tozzola (clarinete), Esteban Falabella (guitarra), Emiliano Greco (piano), Sergio Verdinelli (bateria) e Juan Pablo Navarro (contrabaixo e arranjos).

Próximos shows:

Juan Pablo Navarro Septeto
Proyecto Cobián. Artistas invitados: Noelia Moncada y Sergio Verdinelli
VIERNES 11, 20 h
Sala de Cámara

Juan Pablo Navarro Septeto
Proyecto Cobián. Artistas invitados: Fito Páez y Sergio Verdinelli
VIERNES 18, 20 h
Sala de Cámara

 

3 Comments

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *