Os consultórios de terapias psicoanalíticas são espaços muito significativos na cidade de Buenos Aires. A psicanálise faz parte do “folclore” portenho. Adoro este tema e não estou sozinha nesta paixão.
A arquiteta Marina Zuccon fotografou quase 50 consultórios e salas diferentes durante um ano, para o projeto Interiorismo en Terapia, que reflete as diferentes tipologias desses ambientes onde os portenhos revelam suas intimidades e aspectos cotidianos de suas vidas privadas. Desse total, selecionou são 29 imagens, acompanhadas por frases dos profissionais entrevistado.
A ideia era buscar quais são as qualidades destes ambientes, que parecem não ter um lugar próprio e pertencer a um espaço indefinido entre a vida privada e a pública.
As fotos incluem terapias de todo tipo de orientações e correntes: bioenergéticas, gestálicas, freudianas e lacanianas, entre outras. Há desde consultórios privados, livings dos terapeutas e salas austeras de hospitais públicos como a do Hospital Ameghino. O levantamento destes lugares forma parte do proyecto Tyrannus, onde há mais informações sobre o tema.
Segundo dados da Universidade de Palermo, a Argentina tem um psicólogo para cada 650 habitantes. Em Buenos Aires a relação é de um para 120, mais que em Paris e Nova York! Aqui todo mundo é ou já foi psicoanalisado.
Na cidade há uma região chamada Villa Freud, que não faz parte da cartografia oficial, mas que todos sabem onde fica: “dentro” de Palermo, entre as ruas Medrano, Salguero, Mansilla e Charcas, onde estão estabelecidos cerca de mil consultórios. A maior concentração de psicólogos por metro quadrado – principalmente de orientação psicanalítica – de Buenos Aires.
A psicanálise se instalou no cotidiano dos portenhos, desde seu auge, nos anos 60. A população está familiarizada com palavras como “inconsciente, negación, proyección” e expressões como “sos una histérica” ou “estás somatizando” são bem comuns.
Ao longo dos anos, o discurso psi também chegou à mídia. O jornal Página 12 dedica duas páginas semanais à seção Psicologia, além de manter uma tira de Miguel Rep, cujo principal personagem é Gaspar, El Revolú, que está sempre no divã e é cotidianamente assaltado pelo polvo El Culpo.
Diz-se que esse entusiasmo pela psicanálise advém do fato de o portenho ser um italiano desterrado, que fala espanhol, se comporta como francês, mas que gostaria de ser inglês. E que, por isso, não é surpreendente que o país seja cheio de neuroses. Pode ser verdade, mas isso é papo para outra conversa.
Como dizem por aqui os terapeutas no final das sessões, “lo vemos en la próxima”…
Uma pergunta totalmente aleatória, se souber me responder uma dúvida. O Teatro Gran Rex não é muito grande, tipo qq lugar mais central na platéia baixa é bom de assistir ou vale mto a pena comprar um ingresso mais caro bem pra frente?
Vinicius, o Teatro Gran REx é grandinho. Espia aqui: http://teatro-granrex.com.ar/ubicaciones/#.UzlpovldV0w
ou aqui: http://www.entradasx.com/wp-content/uploads/2011/11/Foto-Teatro-Gran-Rex.jpg
Um beijo
Gracias. Vou investir em um ingresso mais do meio pra frente da platéia. Bora ver Buika em maio!
AMO! onde? No Gran Rex?
Gisele, gracias por tu reseña!
Legal!