Reabre o Museu Carlos Gardel

Após oito meses fechado para reformas, o Museu Carlos Gardel está novamente com as portas abertas. Entre as novidades, a digitalização de toda a obra do cantor, instalação de nova iluminação e algumas mudanças na edificação que deixaram o espaço muito diferente (item polêmico!). Conheça onde viveu o mais importante cantor de tango da Argentina.

Quase todos os brasileiros que chegam a Buenos Aires já ouviram falar de Carlos Gardel, mas poucos sabem exatamente porque ele é famoso e a história de sua vida. Como introduçao, Gardel foi músico, compositor, intérprete e ator. Deixou 11 filmes e mais de 800 discos gravados. Sua voz é considerada, desde 2003, “patrimônio da humanidade” pelo Unesco.

Outra coisa: recentemente foi encontrada a certidão de nascimento de Charles Romuald Gardès, que não era Argentino e nasceu em 11 de dezembro de 1890 em Toulouse, na França. Dito isso – vamos parar de repetir que não se sabe a nacionalidade do cantor!

 Museu Carlos Gardel, templo do tango

Uma boa oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a voz que conecta Buenos Aires ao mundo é visitar o Museu Carlos Gardel, a casa onde o artista morou com a mãe, no bairro do Abasto, que reabre suas portas após meses de reformas. A casa ficou com um aspecto muito diferente do original astral muito diferente, o que já vem causando polêmica na cidade. Muitos dizem que o espaço foi descaracterizado e parece um “loft de Palermo”.

ANTES

DEPOIS

A casa da rua Jean Jaurès 735, para começar, é uma casa “chorizo”, como se diz na Argentina a este tipo de edificação muito comum em Buenos Aires. Leva este nome porque todas as habitações estão enfileiradas e conectadas entre si, como numa “tira de salsichões”.

Este lugar, no bairro do Abasto, guarda as principais relíquias de Carlos Gardel e foi um presente que o cantor deu à mãe em 1926, quando ele estava no auge da carreira. A casa onde viveu Doña Berta Gardes foi transformada em museu em 2003.

Museu Carlos Gardel – as salas

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O Museu Carlos Gardel não é grande – tem quatro salas permanentes e uma dedicada a exposições temporárias – mas é bem interessante, com imagens, áudios e vídeos. A primeira sala está armada no ambiente que o cantor usava para ensaiar e onde estão as imagens e “recuerdos” dos primeiros anos de vida de Gardel e detalhes de sua vinda de Toulouse para Buenos Aires com a Bertha, mãe solteira, algo que a família nunca aceitou.

24 de junho: dia da morte de Carlos Gardel 

A sala seguinte nos traz áudios do “Zorzal Criollo” cantando. Desde o primeiro tango canção “Mi noche triste”, até seu último trabalho na Colômbia, “Tomo y obligo”. Foram digitalizadas as 893 canções gravadas por Gardel, ordenadas de maneira cronológica ate 1935. O visitante poderá, assim, escutá-lo cantar em diferentes etapas da carreira, apreciando os matizes de sua voz ao longo dos anos.

Uma terceira sala é dedicada à morte do artista e à sua última turnê. Neste espaço se exibem imagens inéditas, como as de sua última parada na Colômbia, antes do fatal acidente em Medellín, em 24 de junho de 1935.  Há um vídeo de Gardel, antes de subir no avião, e também fotos da aeronave, destruída depois do acidente, e da chegada do barco com o corpo do cantor, em Buenos Aires.

Show de tango: Esquina Carlos Gardel 

Gardel voava de Bogotá para Cali, na Colômbia, onde cantaria naquela mesma noite do dia 24 de junho. Quando recebeu a autorização para decolar, as asas do avião em que estava se chocaram com outra aeronave, resultando numa violenta explosão e um incêndio, que deixou dez mortos. No mesmo voo, o brasileiro Alfredo Le Pera, parceiro de Gardel e autor dos tangos mais clássicos do artista, como Volver.

A última sala é dedicada à trajetória de Carlos Gardel no cinema. São exibidos cartazes de filmes, emprestados pelo Museu do Cine, e curta-metragens que ele fez para a Paramount.

Horário de visitação: segunda, quarta, quita e sexta, das 11h às 18h, e sábados, domingos e feriados das 10h às 19h. A entrada custa 10 pesos e quarta é grátis.

 

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