Playlist tangueira: Cucuza Castiello em dose dupla

cucuza castiello duo

Dê uma folga a Gardel e Piazzolla e descubra os intérpretes contemporâneos de tango. Cucuza Castiello chega em duas propostas, com o filho Mateo e em um disco solo. “Petacular”!

Mateo + Cucuza Castiello

Quem acompanha o Aquí me Quedo sabe que sou fã de Cucuza Castiello, um dos cantores de tango mais autênticos, divertidos, generosos e roqueiros da nova geração. Bem assim, sem economia de adjetivos. Desde que comecei a segui-lo, fui ficando também “enamorada” de Mateo, 20 anos, guitarrista e filho do artista. Os dois vêm se apresentando juntos há algum tempo – começaram quando Mateo tinha 10 (♥), mas estreitaram bastante a parceria recentemente. Esse ano chegou o disco. Eba!

Cucuza Castiello castiellos

Foto de divulgação do disco. A foto que abre o post é do Facebook do cantor.

Padre e hijo avisam: não gravaram o repertório tradicional que apreentam no El Faro ou em outros palcos a cidade. São músicas que surgiram especialmente para o duo. Recompilações de tangos como “Fangal”, “Soledad”, “Suerte loca” ou “Viejas alegrías”, junto a versões de “Tomo lo que encuentro”, de Virus, e “Te vas a hacer golpear”, de Acho Estol. Eles estão dia 5 de maio no Café Vinillo. Ou seja, é novidade-novidade.

Cucuza Castiello é uma figura muito singular no ambiente tangueiro, “a voz de Villa Urquiza”, conhecido no ambiente por criar toda uma liturgia social ao redor de seus concertos íntimos no Bar El Faro (leia aqui). Um cara que também tem uma pegada roqeuira e consegue costurar,  por exemplo, Fito Páez com Aníbal Troilo, como fez em Cucuza Tango Bardo, lançado em 2017 e que tinha “Carabelas de la nada” como música de trabalho.

Esta composição de Fito é de 1987 (do disco Ciudad de pobres corazones) e justo fala de uma geração que cresceu no rock e renegava o tango e seus próceres. Lo del tango es una idea que me toca aunque no quiera. Bueno, escutem aqui a versão original e abaixo a interpretação de Cucuza, com um touch de bairro e toda a tragédia tangueira. Gosto das duas.

Mas gosto mais ainda do que Cucuza diz em entrevistas: Lo mio no es tango de ruptura, sino de “juntura”.

Em Cucuza Tango Bardo ele gravou 12 temas tangueiros, de diferentes épocas: Julio De Caro, Estol, Páez, Cadícamo, Castiello. Está, por exemplo, um clássico de 1927 como “Alma de loca”, de Cavazza e Font, com participação de Acho Estol, “Miedo”, de Pansera-Porter-Cortese, de 1967, e também “Tibieza”, do próprio Cucuza (ganhadora do Certamen Hugo del Carril de 2005).

O disco concorre ao prêmio Gardel 2018 de Melhor Álbum Artista Masculino de Tango, a premiação mais importante da música argentina. O resultado sai dia 5 de junho.

 

Serviço:

Castiellos

Cucuza Tango Bardo

El tango vuelve al barrio (em Spotify)

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