São Luiz Gonzaga – Caminho das Missões – Dia 2

caminho das missoes

Depois de “o caminho te chama”, outra frase feita dos caminhantes é que ele vai te testando, alterando as rotas estabelecidas. E não é que é assim?

No meu segundo dia de caminhada, uma notícia: por um problema pessoal, meus parceiros de Santa Catarina iam voltar para casa e eu seguiria o trajeto “solita no más”.   Como assim?

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Rincão dos Teixeira – São Luiz Gonzaga

Se para fazer os mais 30 km do dia anterior eu tinha contado com longas e deliciosas conversas com a Elisabeth no caminho, agora eu teria  17,7 km só pra mim até São Luiz Gonzaga.

Tinha preparado umas playlists hermosas, que começavam em Zé Ramanho, Nei Lisboa e Vitor Ramil, e depois cruzavam a ponte para Drexler, Mercedes Sosa e Charly Garcia. Pensei, é agora!

Foi lindo caminhar esta manhã, “eu &myself”, com essa raiz toda como trilha sonora. A gente vai se encontrando “degavar”. A paisagem não mudava muito, grandes plantações, mas a viagem era interna.

O tempo também não deu trégua, foi um dia cinzento, meio feião. Se avizinhava chuva para os próximos dias, meu test drive da botinha impermeável e da capa!

caminho das missoes são luiz

De tanto em tanto, quando eu já tava meio esgualepada, eu via os meninos do carro de apoio passarem por mim, o Peppe e o Lucas, e me esperarem tomando chimarão lá na frente. Eu apressava o passo.

O Peppe (dir.), aliás, era  o meu “padrinho” e algumas vezes desceu e caminhou uns trechos comigo. Não precisava, mas achei generoso.

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Ao meio-dia chegamos à cidade. Eu, que já viajei a tantos lugares, não conhecia NENHUMA das cidades das Missões. Depois de almoçar e descansar no hotel, fui fazer um city-tour em  São Luiz Gonzaga.

Entre os principais pontos turísticos estão a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja Matriz, que guarda um acervo e 12 imagens barrocas esculpidas em madeira pelos padres e índios guarani no século XVIII, e o Museu Arqueológico.

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Meus “guardaespaldas”!

De tarde, a parte que eu mais gostei: fomos conhecer o monumento em homenagem a Jayme Caetano Braun, poeta e payador, que em seus versos retratou os hábitos e costumes do gaúcho e do índio missioneiro, as paisagens das missões, e a historia dos sete povos.

No lugar tem um Centro Cultural, com bastante informação sobre os Quatro Troncos da Cultura Missioneira: Noel Guarany, Pedro Ortaça, Cenair Maicá e Jayme Caetano Braun, cada qual com seu estilo.

Pra quem não os conhece, fica aqui abaixo um disco fundamental.

Payador, Pampa, Guitarra” foi gravado na Argentina em 1976, de maneira independente, por Noel Guarany e Jayme Caetano Braun, com participação especial de Raul Barboza e Palermo.

Caminho das Missões – Trilha sonora

À noite fomos jantar na casa de uma moradora local, a Margareth Reichert, que é uma mulher uper interessante, trabalha com tecelagem e faz uns trabalhos lindos.

Uma das coisas que eu gostei muito do Caminho das Missões foi a mescla que eles fazem. As pessoas que fomos cruzando pelo caminho sempre foram muito diversas, assim como as hospedagens: pousada, hotel, bolicho de beira de estrada, escola e até igreja! Por fim, os trajetos também misturaram diferentes propostas. Estrada de terra (quase sempre), mas com um tiquim de asfalto, e um poco de banhado, porque, se é pra caminhar, melhor que seja com emoção!

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O melhor do caminho: conhecer gente!

No post de amanhã, a chegada dos donos do Caminho das Missões para caminhar comigo, e pra gente conversar jornalisticamente sobre os projetos da agência. Entre eles estava o Romaldo Melher, o historiador do grupo, que seguiria comigo até o final.  Começava a melhor parte!

 

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