Alfajor ganha exposição no Museu da Cidade

O alfajor, um ícone agentino, ganha sua primeira exposição em Buenos Aires, no Museu da Cidade. A mostra relembra a história do doce mais amado do país, criado no século 19 e produção de mais de um bilhão de unidades por ano!

alfajor argetino mostra

Todas as fotos são do Museu da Cidade (Museo de la Ciudad-Divulgação)

Jorgito, Cachafaz, Havanna, Abuela Goye, Águila, Milka, Vauquita. Não há consenso sobre o melhor alfajor – mais de 100 marcas competem por espaço no mercado argentino – mas ninguem discute que seja “o” doce mais amado pelos hermanos, praticamente um símbolo da identidade da Argentina.

A partir de uma coleção particular, de Jorge D’Agostini, a gente vai poder conhecer a história dessa iguaria, desde seus inícios, passando por receitas e publicidades antigas, assim como ver caixas e latas dos anos 1960 e 1970 e velhas etiquetas de alfajores de diversas regiões do país.

Alfajor – conheça sua história

A palavra “alfajor” vem da palavra árabe “al hasú”, que significa recheado e chegou ao território argentino através da imigração do sul da Espanha. Dizem que a primeira receita teria sido criada pela pela filha de J.M. de Pueyrredón, um manuscrito que se estima seja de 1840, e que por esta época não tinha massa: levava queijo, marmelo e jerez, conforme disse D’Agostini à agência Telám. Mais tarde começou a ser vendido de forma ambulante, passando para as lojas e continuando com as confeitarias e quiosques a partir de 1940 até a atualidade, informa a organização da exposição.

Na viagem pela história dessa guloseima, é lembrado que a Constituição Nacional foi escrita em uma fábrica de alfajores de Santa Fé, litoral do país, em 1853. A marca Merengo abriu suas portas em 1851, com seu manjar recheio de doce de leite, fechado com biscoito e molhado em um caldo de chocolate, e se vangloria de estar “andando junto com a história da Pátria”.

Leia também: Intrigas da gastronomia argentina

A mostra está dividida em quatro seções: uma parte antiga, na qual estão expostas embalagens históricas (como “Chammas”, de 1869, e”Emira de Castro”, de 1900) e onde se pode ler fragmentos de livros de escritores argentinos que falam de sua demanda cotidiana; seguida pela “A Rota do Alfajor”, que mostra a evolução do consumo na sociedade, e ainda  uma parte audiovisual, com as publicidades, e uma última com diferentes receitas.

Há espaço, obviamente, para o preferido – ou pelo menos o mais famoso – alfajor argentino, nascido em 1947 na cidade turística de Mar del Plata e batizado de “Havanna”.

De acordo com matéria da agência Ansa e dados da Associação de Distribuidores de Guloseimas e Afins são produzidos um bilhão de unidades por ano, cerca de 90 milhões por mês, em uma cifra que não inclui o mercado informal de produção. Assim como na Argentina, o Uruguai também tem esse “vício” e produz cerca de 10 milhões de unidades de alfajores por mês. A vendas são feitas em quiosques (65,5% segundo a consultoria CCR) e o resto é comercializado por supermercados.

Já a Argentina exporta seus alfajores para 30 nações do mundo, mas em um volume que equivale apenas entre 6% e 10% de sua produção. Também tornou-se um souvenir obrigatório para milhares de turistas estrangeiros.

 

Onde: Alfajor, un ícono argentino, em Defensa 187 (San Telmo). Das 11h às 18h, com entrada livre, até o dia 13 de setembro.

 

3 Comments

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *