Dicas de Salta e Jujuy (Purmamarca e Salinas Grandes)

purmamarca
Fotos Gisele Teixeira
Salta e Jujuy/ purmamarca Gisele Teixeira

Parte deste cerro já existia há 75 milhões de anos!

Purmamarca e seu Cierro de los Siete Colores são um dos pontos altos da viagem para o Norte argentino e um dos cartões postais mais famosos da Quebrada de Humahuaca.

A Quebrada é um vale andino de 155 km de extensão, bem no meio da província de Jujuy. É uma paisagem única no mundo.

Além disso, os povos índios da região conservam crenças religiosas, festas, música e técnicas agrícolas muito antigas, que ajudaram a incluir este lugar como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2003.

Foto Eduardo Baró

Purmamarca significa “Pueblo de la Tierra Virgen” em língua aimará, e o cerro, originado há 75 milhões de anos, é formado por sedimentos marinhos, lacustres e fluviais que foram se depositando na zona durante séculos. Cada cor vem de um período geológico diferente.

É o telão de fundo desta pequena cidade que encanta a gente logo de cara, uma localidade de origem pré-hispânica declarada Sítio Histórico Nacional e que cresceu ao redor da igreja Santa Rosa de Lima.

O melhor é observá-lo de manhã cedo, quando o sol começa a bater na montanha, e o povoado ainda está quase sem turistas, que chegam em massa a partir das 10h.

A cidade é toda em tons ocre, bem pequena, mas sempre foi passagem de viajantes, desde a época dos Incas.

Logo cedo começa e a se armar uma feirinha de artesanato infernal! Melhor não se deter aí no momento. Passear, seguir viagem, e deixar as compras para o final de tarde.

A igreja, no centro da pracinha, é toda feita adobe e cardon (uma espécie de cactus muito tradicional no Norte). Ao lado, outra jóia, um algarrobo de 700 anos. Acreditem.

A esquina mais clássica de Purmamarca

A igreja é de 1648!

Depois de observar o Cerro, minha sugestão é tomar um café com medialunas vendo a cidade se preparar para o dia e, em seguida, pegar o rumo para Salinas Grandes ( RN Nº 52, super sinalizada), outro lugar mágico, de trajeto deslumbrante.

SALINAS GRANDES

São 126 km pela Cuesta de Lipán até Abra de Potrerillo, onde estão as salinas – uma das maiores depressões da província, com mais de 12.000 hectares de sal a céu aberto. É o terceiro maior salar do mundo, depois do Salar de Uyuni, na Bolívia e do  Salar de Arizaro, em Salta. Filtro solar e óculos de sol!

Para chegar lá a gente sobe! E muito. O ponto mais alto é a 4.170 metros do nível do mar. Neste lugar faz um frio de menos de 25 graus à noite e a água que brota chão está sempre congelada. E depois de subir a gente tem que descer e fazer tudo de novo para voltar. E dá-lhe vista linda.

Cuesta de Lipan

Para comparar: o Aconcágua, em Mendoza, tem 6.964m e é a montanha mais alta fora da Ásia.

Importante: não entrar com o carro nas salinas. A gente viu um que encalhou na meio e ficou sabendo de outro, que passou pelo mesmo problema dia seguinte.

Depois de voltar das Salinas, aí sim é hora das compras. Purmamarca é o lugar para comprar aguayos, mantas para a parede ou cama, artigos em pedra e palha, roupas de lã de ovelha e llama, pratarias.

salta e jujuy salinas grandes foto gisele teixeira

A terceira maior salina do mundo

salta e jujuy artesanato norte argentina

Esses panos coloridos custam 70 pesos o grande, tamanho casal, e 35 pesos o pequeno.

O ideal é dormir em Purmamarca para sentir a cidade depois que a maioria dos turistas vai embora. Foi o que a gente fez. Mas também dá para armar sede em Tilcara, mais adiante, e ir e voltar. Uma das coisas boas desta região é que todos os povoados são muito perto.

O hotel que a gente ficou era horrível, especialmente pelo dono, que não tem nenhum preparo para tratar com turistas, e pelo café da manhã, que era de chorar. Mas como não tinha nada mais disponível na cidade, não tivemos opção. Deixo o nome aqui para que ninguém se hospede lá: se chama hosteria Bebo Vilte. Não, não, não. 

Para fechar, deixo uma matéria sobre a Quebrada que saiu no Página 12 deste fim de semana, AQUI.

 

 

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19 Comments

  • Gisele, lindo, lindo. Quando fui à Purmamarca também dormi na cidade, mas acabei ficando na casa de uma moradora, que tinha um quarto com banheiro para turistas, em frente à praça mesmo. Agora não lembro o nome da senhora pra deixar a dica, mas nos deram o endereço na casinha que serve de “informações turísticas”, ao lado de onde param os ônibus. Tudo muito, muito simples, sem café nem nada, mas bacana. Em um dia estive um pouco mal (não dei conta da altura…) e a senhora deixou a gente fazer um chazinho na sua cozinha:) Enfim, buena onda.

  • martha disse:

    todo es tan lindo! no sabía que las salinas ocupan el tercer lugar en el
    mundo por su extensión

  • Adriane Lima disse:

    Oi Gisele! Tudo bem?
    Pelas suas postagens, vejo que o passeio pela região é bem melhor aproveitado de carro e de forma independente, é isso?
    No Atacama contratamos passeios para conhecer as atrações. Em Salta/Jujuy a história então é alugar um carro e pegar a estrada… Mas há passeios que possam ser contratados?
    Eu e marido somos mais interessados em viajar de forma independente, mas em alguns lugares isso não é possível (vide Atacama, rs).

  • Lu Campos Assis disse:

    AMEI todos os posts!! Estou programando minha viagem a Salta aqui em Abril e o blog ta ajudando MUITO!!!

  • Gaia disse:

    Oi Gisele, tudo bem?
    Adorei seus posts sobre essa região. Sou blogueira também e fico entusiasmada quando vejo bons artigos sobre os lugares que serão meus proximos destinos.
    Durante minhas pesquisas, fiquei com algumas dúvidas em relação ao seguinte:
    Tolar Grande é o nome de uma região em que encontram-se a Salina Grande e o Salar de Arizaro?
    O famoso “Ojos del Mar” e o “Cono de Arita” ficam onde exatamente?
    É possível conhecer essa região em 1 dia?
    É necessário 4×4 ou conseguimos fazer com um carro de passeio?
    Acha que vale a pena contratar um passeio fechado ou fazemos por conta própria?
    Desculpa a enchurrada de perguntas e super obrigada!!
    Beijos, Gaia

    • Oi Gaia, to viajando. Te respondo na corrida. Não é preciso 4×4, nem comprar pacotes. A gente fez tudo sozinho, mas não dá para fazer em um dia. Como eu coloquei no post, reserve pelo menos uns três. Naõ sei nada sobre estes outros lugares que vc menciona. Um beijo

  • Ruths disse:

    Realmente sensacionais as dicas! Parabéns pela viagem! Para fechar o noroeste da Argentina como o meu próximo destino (out/16), preciso de sua ajuda, já que não é um lugar muito conhecido pelos brasileiros e, principalmente, quando se trata de um trip em família (casal mais filha de 3 anos). Então, às dúvidas:
    É um lugar para se desfrutar em família?
    Vc se sentiu mal ao chegar à mais de 4.000 metros de altitude?
    Quero me hospedar em Cafayate, Salta e Tilcara (tenho 15 dias), recomenda algum outro lugar?
    São muitas questões, mas essas são as essenciais… Muito obrigado!

    • Oi Ruth, é super família esta destino, vai tranquila. Eu não senti nada nesta subida, mas isso é muito pessoal. Igual, não é como ir à Bolívia!
      Eu acho que estes três lugares te proporcionam uma boa base. Eu não me programei para dormir em Cafayate e me arrependi. Como eu disse na matéria, uns dois dias em Salta tá beleza. Não perde tempo na capital Jujuy, segue em frente e boa viagem!

  • Adriane Lima disse:

    Oi Gisele, fiz essa viagem ano passado com suas super dicas, e como continuo assinando esse post, vi a dúvida da Ruth e resolvi entrar na conversa 😀

    Ruth, eu fiz essas 3 bases para um roteiro de 10 dias. Em Cafayate, fiquei no Altalaluna, um hotel que fica a 10km da cidade, na verdade na cidadezinha de Tolombón. Estávamos de carro, não foi problema. Também não senti mal com a altitude.

    Em Tilcara me hospedei na Posada con los Angeles, o dono é muito simpático e prestativo. Tem quartos com cama extra.

    Fizemos todos os passeios de carro, sem guia, conversando com os donos das pousadas. Só senti falta de orientação nas Salinas Grandes, mas visitamos as salinas na nossa ida para Tilcara – carro cheio de malas, ficamos receosos de caminhar pelas Salinas e deixar o carro ‘abandonado’. Mas acho que era mais cisma nossa do que risco de fato, viu?

    Boa viagem!

    • Adri, obrigado pelas dicas! No caso de Salinas, vcs fizeram certo. Tenho vários amigos que foram roubados em viagens, quando estamos mais distraídos e vulneráveis. Qual a próxima viagem‽Um beijo grande.

      • Adriane Lima disse:

        É um alívio (ou não) saber, Gisele!

        Esse ano fomos para a Patagônia. Fomos direto para Punta Arenas e de lá fizemos Puerto Natales, El Calafate e terminamos com 2 diazinhos de bobeira em Buenos Aires. Seus posts dos shows de Tango nos ajudaram bastante a escolher. Já conhecíamos o Bar Sur e o Tortoni, queríamos algo mais majestoso. Fomos no Sr. Tango. Achei seus comentários bem pertinentes!

  • Luiza disse:

    Oi Gisele, muito bom o seu post! Pretendo fazer este passeio e gostaria de saber quanto tempo levar par ir de carro de Salta à Purmamarca e de Purmamarca até Salinas Grandes. Pretendo ficar em Purmamaca mas gostaria de fazer o passeio para Salinas grandes neste mesmo dia da viagem. Voce acha que dá tempo? Melhor contratar um guia em Purmamarca para ir à Salinas Grandes?
    Obrigada!

  • Stephanie disse:

    Boa noite,

    Gostaria de saber onde alugou o carro em Salta, e como foi todo o procedimento. Digo, o preço, garantias, e se devolveu o veículo na mesma cidade ou em outra. Ou se tem algum site que conheça que possa fazer o aluguel aqui do Brasil e só retirar o carro lá.

    Blog lindo e viagens maravilhosas. Parabéns. <3

    • Oi Stephanie, alugamos o carro no aeroporto. Já tem bastante tempo, não lembro dos detalhes, mas qualquer locadora vc pode alugar pela internet, sem problemas, são empresas internacionais. A gente devolveu no mesmo lugar, em Salta. Avis, rentacar, localiza.

  • Marcela disse:

    Vou fazer um roteiro por Salta e Jujuy agora em janeiro. sabe me dizer que tipo de roupa levar nessa época do ano?

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